A vida é feita de sorte e também de azar. E azar foi o que não faltou a Valdir ao longo do seu percurso futebolístico. Saídos das camadas jovens do Sporting, onde jogou durante 6 anos, Valdir teve uma carreira assombrada por lesões e pela falta de oportunidade. Depois de 25 meses afastado de jogos oficiais, o defesa do Rio Ave fez o seu regresso no passado sábado, frente ao Olhanense.
Valdir deverá ter sido dos poucos jogadores de Vila do Conde que gostou do jogo entre Rio Ave e Olhanense. Apesar dos vilacondenses terem perdido por 5-1, o jogo representou o regresso do jogador à competição. «Evidentemente que me soube bem. Estive muito tempo a esperar e a trabalhar para ter esta oportunidade. Felizmente ela apareceu agora», referiu o defesa ao Maisfutebol .
A tal oportunidade fugia a Valdir há algum tempo. Valdir tem 26 anos e referiu que quando não se é uma opção «obviamente que se começa a pensar nas coisas». A pubalgia que fez Valdir regressar do Standard de Liège para vir ser operado a Portugal, fizeram com que «a época anterior fosse passada de uma forma atípica». «Estive muito tempo parado. A parte de não ser opção técnica não foi a pior. O pior era estar parado por estar lesionado e não poder jogar», comentou Valdir em relação ao período em que esteve afastado.
A passagem pela Bélgica foi curta e fugaz. Um ano na Bélgica, e retorno a Portugal. «Os dirigentes do Standard sabiam da minha debilidade física e fui para lá para recuperar da pubalgia e depois para jogar. Mas quando comecei a jogar pela equipa B do Standard, não me senti nas melhores condições. Tive que regressar a Portugal para ser operado», comentou o jogador em relação ao período que não jogou em terras lusas.
A vida de jogador por vezes não é fácil. Quando não se consta nos planos do treinador as coisas complicam-se. Sobretudo quando a paragem se deve a uma lesão, como foi o caso de Valdir. «Por ter estar parado tanto tempo, não conseguia estar no meu melhor. A parte de não ser opção, isso acontece com vários jogadores todos os anos. Nessas alturas resta-nos esperar e trabalhar. Se tivesse tido oportunidade mais tempo poderia ter mostrado serviço mais cedo. Neste caso só chegou agora».
«Perdemos por 5-1 em casa, o que é que eu posso dizer mais?»
O jogo de domingo entre Rio Ave e Olhanense acabou com a vitória dos homens de Olhão por 5-1. Valdir, que é natural da cidade algarvia, não tem muitos comentários a fazer sobre a maior goleada sofrida pelo Rio Ave na temporada 2009/2010. «Foi um jogo atípico. O que é que eu posso dizer mais? Depois de perdermos 5-1 em casa não há muito a dizer¿acho que o resultado não espelha de forma alguma aquilo que se passou em campo. Posso dizer que o Olhanense foi muito feliz».
Felicidade foi também o que o jogador sentiu por voltar a pisar um relvado num jogo da Primeira Liga. Valdir quer seguir em frente na sua carreira e esquecer o passado atormentado pelas lesões. «As lesões afectaram a minha carreira de forma muito significativa. Muito mesmo. Mas isso já faz parte do passado, agora tenho que continuar a trabalhar», referiu o defesa, esperançado em ter «mais oportunidades».
A promessa já ficou feita: «Podemos esperar o melhor Valdir para a restante temporada. Para a restante temporada e para as que se seguem.»