O antigo presidente do Benfica João Vale e Azevedo entregou-se à polícia portuguesa e regressou esta segunda-feira, por volta das 19:30, a Portugal, depois de sucessivos adiamentos em relação ao pedido de extradição da justiça portuguesa à inglesa.

Vale e Azevedo foi detido na sequência de investigações iniciadas em 14 de novembro de 2000 acusado da apropriação de uma verba de 193.000 contos relativa à transferência do guarda-redes russo Serguei Ovchinnikov do Benfica para o Alverca, a qual terá sido aplicada na compra em Itália de um iate de luxo, através de uma empresa offshore com sede nas Ilhas Virgens Britânicas, alegadamente pertencente a João Vale e Azevedo.

Em 17 de abril de 2002, Vale e Azevedo foi condenado a quatro anos e meio de prisão efetiva no julgamento do «caso Ovchinnikov» e ficou detido no estabelecimento prisional anexo à Polícia Judiciária durante dois anos, até que foi libertado tendo por base o facto de o antigo presidente do Benfica não ter sido ouvido no âmbito de uma diligência processual relativa à prisão preventiva decretada ao abrigo do processo Euroárea.

Vale e Azevedo é atualmente arguido num processo em julgamento no Campus da Justiça, em que é acusado de apropriação indevida de mais de quatro milhões de euros do Benfica, branqueamento de capitais, abuso de confiança e falsificação de documento. Já esgotou os recursos judiciais no Reino Unido para lutar contra o mandado de detenção europeu emitido pelas autoridades portuguesas, por isso vai regressar a Portugal.

O julgamento prossegue na terça-feira, com a audição de dois dirigentes do Benfica na direção de Vale e Azevedo: José Capristano e António Sala.

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