Valentim Loureiro vai ser julgado em tribunal. Está pronunciado por crimes que têm a ver com desporto e que ocorreram quando era presidente da Câmara de Gondomar e presidente da Liga de Clubes.
Este cenário era possível no Verão, por altura das eleições na Liga, uma vez que o processo «apito dourado» se arrasta desde 2004. Valentim Loureiro sempre negou ter cometido qualquer crime, mas reconheceu que algo eticamente pouco recomendável teria feito, seja lá o que isso for.
Para Valentim, Loureiro, o «major» sempre dispôs de condições para se manter ligado ao futebol. E por isso se candidatou a presidente da Assembleia Geral da Liga.
É evidente que o «major» continua a ser inocente até que o tribunal eventualmente decida o contrário. Mas poucos terão dúvidas de que a movimento correcto no Verão, até porque o mandato na Liga chegara ao fim, era sair.
Entre os poucos que entenderam o contrário estão quase todos presidentes dos clubes profissionais. O Benfica, cujo líder adora o dossier «apito dourado», incluído. Por isso, a derrota que Valentim Loureiro sofreu ao fim da tarde de terça-feira é também a derrota de um conjunto de dirigentes. Afinal, foram eles quem, ano após ano, perpetuaram o reinado e a forma de estar do «major». E pelo menos da última vez não podiam dizer que desconheciam.
PS: Disse atrás que a ida a julgamento é uma derrota do «major». Mas talvez esteja errado. Aqui há umas semanas, à porta do tribunal de Gondomar, Valentim desejou que chegasse depressa o dia em que o «apito» seria julgado. Claro que uns tempos antes, o advogado de Loureiro tinha pedido a nulidade de tudo e mais alguma coisa. Enfim, venceu o trabalho que foi realizado por polícias e procuradores nos últimos anos, sobre a corrupção desportiva. Agora o juiz que decida.