Foi há quatro anos que Portugal conquistou um título europeu inédito. A pandemia de covid-19 adiou a edição deste ano e prolongou o reinado luso, mas o selecionador acredita que é possível repetir o feito.
«Para repetir a realidade não podemos fazer ao contrário. Isto é, antes era um sonho e duvidávamos se era possível torná-lo realidade e esse provavelmente era um dos nossos problemas. Agora, o que não podemos fazer é ignorar a forma como tornámos este sonho realidade. Se voltarmos a pensar que é só um sonho e deixarmos de ter os pés no chão e saber que para ganhar é preciso trabalhar muito, ser organizado, ter muita qualidade e ser um grupo coeso. Se perdermos algumas destas condições, então já lá não chegamos. Mas eu acredito que não vamos abandonar estas qualidades. Este grupo de trabalho tem dado mostras disso e com a sua transformação natural – os jogadores já não são os mesmos, foram brilhantes aqueles que ganharam 2016 e para mim foram os melhores, mas já há outros e em 2019 ganhámos outra competição importante incorporando novos jogadores – certamente continuaremos a ganhar. Aliás, não teria aceite o honroso convite do presidente para renovar contrato se não tivesse essa convicção», refere Fernando Santos, em declarações à Federação Portuguesa de Futebol.
O selecionador diz que o segredo para a conquista foi «a união, vontade, determinação e, obviamente, a qualidade de todos». «A qualidade do trabalho que foi desenvolvido pela Federação, o apoio, as condições, o trabalho fundamental e da máxima competência de um grupo de 70 pessoas, entre as quais os elementos da equipa técnica que também fazem parte desta história, e os jogadores que foram os grandes intérpretes em campo. Acho que foi possível pela conjugação de todos estes fatores. Sem tudo isto, não se ganha», acrescenta.
Questionado sobre o momento mais marcante de 10 de julho 2016, Fernando Santos escolhe o apito final.
«A necessidade que tive de abraçar a minha família que de alguma forma era abraçar Portugal foi irresistível. Foi o meu primeiro impulso. Não foi ir para o campo, mas sim ir para a bancada. Não me queriam largar mas eu lá consegui fugir…», recorda.
O presidente da FPF, Fernando Santos, considera que o golo de Éder à França marca um ponto de viragem na crença lusa.
Acima de tudo tirámos a conclusão de que somos capazes. Somos capazes de fazer as coisas bem se as fizermos coletivamente, trabalhando como equipa para um mesmo objetivo. Fica também a certeza de que somos um povo que apesar das dificuldades e limitações temos uma capacidade de superação muito grande. O título conquistado é a prova de tudo aquilo que temos capacidade para fazer», refere.