Verão de 2004, o Benfica a tratar cicatrizes de guerra. A gestão danosa de Vale e Azevedo deixa um rasto de destruição desportiva e um caos nas finanças. O treinador Giovanni Trapattoni chega com a pesada responsabilidade de devolver o clube aos títulos, uma década depois. É bem sucedido. 

Não faltam novidades no plantel. Umas mais acertadas (Quim), outras incompreensíveis (Everson, Paulo Almeida, Delibasic...). A mais enigmática é, porventura, a chegada de um menino campeão do mundo de sub20 pelo Brasil, um ano antes: Alcides Eduardo. 

O estilo é agradável à vista. Muito alto, magro, senhor de um futebol elegante. O problema é que Alcides chega com uma grave lesão e passa meses, como o próprio recorda no DESTINOS do Maisfutebol, «a correr à volta do campo». 

Emprestado pelo Chelsea, Alcides cumpre dois anos e meio na Luz. Ajuda a equipa a ser campeã nacional em 2005 e destaca-se pela polivalência. É um defesa central que cumpre a lateral direito e desenrasca bem a lateral esquerdo. 

Mais de 15 anos depois da conquista desse campeonato com o senhor Trapattoni, Alcides atende-nos no final de mais um dia de trabalho na sua fazenda, no interior de São Paulo. E revela que está prestes a voltar ao futebol português para colaborar num futuro projeto do Rio Maior Sport Clube.