CAMINHOS DE PORTUGAL é uma nova rubrica do jornal Maisfutebol que visita o dia-a-dia de determinado clube dos escalões não profissionais. Tantas vezes na sombra, este futebol em estado puro merecerá cada vez mais a nossa atenção. Percorra connosco estes CAMINHOS DE PORTUGAL.

VILA FLOR SPORT CLUBE, A.F. BRAGANÇA

Essência familiar, organização rigorosa. Estrutura pequena, dedicação máxima. O Vila Flor Sport Clube vive do amor dos seus dirigentes e da boa recompensa dada pelas suas várias equipas. Veja-se o caso do magno dirigente, André Morais.

Nado e criado na terra, é jornalista e trabalha na cidade do Porto. A 160 kms de distância está constantemente a tomar decisões sobre o clube. Omnipresente? «Ando para trás e para a frente. Pelo menos uma vez por semana vou a Vila Flor. Estou sempre em contato com as outras pessoas responsáveis e quase tudo passa por mim».

Essas sete pessoas que completam a Comissão Administrativa são António Vitorino, Carlos Carvalho, Nuno Félix, Pedro Ferreira, Pedro Borges, Rui Guerra e Saul Carvalho. «Tenho de lhes agradecer muito, muito mesmo».

A ligação ao clube começou «ao colo do pai», nos tempos em que o Vila Flor jogava em campo pelado e as gentes da vila iam quase todas à bola. «O meu pai era apaixonado por futebol e contagiou-me. Adoro o clube e a terra. Estou há 13 anos a viver fora daqui e nunca estive mais de 15 dias sem cá vir».

O caso do treinador Gilberto Gomes é distinto. Velha glória do futebol transmontano, Gilberto foi médio raçudo e de grande qualidade no Desp. Chaves e no Salgueiros, entre outros. «Fiz o primeiro golo do Desp. Chaves na Taça UEFA, em Craiova, e fui chamado à Seleção Nacional».

No pós-Saltillo, aproveitando muitas ausências, Gilberto foi utilizado nos jogos contra Itália e Malta, da malfadada campanha para o Euro88. A isso somou uma internacionalização olímpica, «curiosamente também contra Itália».

«Para um transmontano o meu currículo é brilhante. Creio eu e o falecido António Jesus [guarda-redes de Leixões e V. Guimarães] fomos os únicos da região a jogar pela seleção A», acrescenta Gilberto Gomes.

«Os meus jogadores conhecem o currículo que tenho e isso é importante para que eles percebam melhor as minhas decisões. Não tenho dúvidas», esclarece o treinador do Vila Flor, natural de Mirandela.