E eis que no dia em que aterra em Portugal aquela que será, ao que tudo indica, a contratação mais cara da história do Benfica, Carlos Vinícius mostra que não pretende baixar a guarda perante a concorrência de peso de Darwin Nuñez.

O avançado brasileiro, melhor marcador da época passada, marcou os dois golos que permitiram às águias repetir, diante do Sp. Braga, o resultado do passado fim de semana com o Bournemouth, agora com direito a reviravolta finalizada em inferioridade numérica.

Matéria simbólica arrumada, o jogo.

Benfica pressionante no meio-campo contrário e a pisar a linha da grande-área de um Sp. Braga que, fiel à imagem de Carlos Carvalhal, resistiu sempre ao chutão.

A pressão alta é, talvez a par da «luz verde» para a meia-distância, a marca mais vincada da equipa de Jorge Jesus nestes dois jogos que puderam ser vistos in loco pelos jornalistas e através da televisão pelos adeptos.

Há, no entanto, ainda muito por corrigir, sobretudo na transição defensiva. Sensação de dejà vu por aí? Como atenuante - mas não mais do que isso - para esta quarta-feira, joga a favor dos encarnados o facto de terem alinhado com um eixo defensivo de recurso: o adaptado André Almeida ao lado de Ferro, face às ausências de Rúben Dias e Vertonghen, a dupla mais do que provável para 2020/21.

Nos primeiros dez minutos, o Benfica dispôs de duas ocasiões soberanas. Primeiro por Rafa e depois por Pizzi, que atirou ao ferro. Curiosamente, foram eles os jogadores das águias em maior evidência nos primeiros 45 minutos.

Com o avançar do cronómetro, o conjunto arsenalista estabilizou os batimentos, suportado pelo «Gverreiro» Castro, o melhor dos reforços em campo. Ainda que com menos bola, os visitantes eram expeditos e perigosos nas transições ofensivas, que Taarabt e Weigl tiveram dificuldades em estancar.

Aos 34 minutos, o Sp. Braga inaugurou o marcador. Simplicidade de movimentos e poucos toques para abrir a defesa do Benfica. Passe longo para Esgaio, toque de prmeira para André Horta, e o médio ex-Benfica a servir para Paulinho na pequena área.

Benfica encarnada entre a revolução minhota

O conjunto visitante apresentou-se para a segunda parte com oito alterações. Entre eles, Nico Gaitán, de regresso à Luz quatro anos depois. O argentino esteve perto de marcar num cabeceamento aos 63 minutos, minutos depois de Carlos Vinícius empatar para o Benfica após bom trabalho na área a passe de Pizzi.

Só depois disso Jesus mexeu nos encarnados, consciente da imperiosidade em ganhar endurance para um início de época mais prematuro do que o desejável.

Nesta noite, houve provas de adversidade: como reagir a uma desvantagem no marcador e como virar um resultado em inferioridade numérica, já depois da expulsão do hiper-competitivo Taarabt por acumulação de amarelos aos 69 minutos.

Provas superadas entre velhos vícios.

Com o cenário favorável, o Sp. Braga esteve perto da vitória à entrada para a compensação, foi mais perigoso na reta final, mas também é verdade que raras vezes colocou a equipa da casa em situações de aperto extremo.

E eis que no terceiro minuto de compensação, Vinícius foi expedito na reação a um passe arriscado de Sequeira para a zona central, disparou na direção da grande-área e atirou para o 2-1 final depois de contornar Tiago Sá.

Soldado Vinícius apresenta-se ao serviço para a luta saudável na frente da artilharia.

Vai um paracetamol para as (boas) dores de cabeça, míster?