Nas últimas semanas registaram-se diversos casos de violência relacionados com futebol.

Confrontos em estádios (claques e assistentes), assalto à federação, pedras em autocarros, pedras em carros de jornalistas, insultos e ameaças a jogadores. Esta é apenas a versão curta da lista de problemas.

Também nas últimas semanas, Liga e Governo discutiram o tema na praça pública, empurrando culpas. Ficou a ideia de que ninguém deseja ficar com a responsabilidade de manter a lei e a ordem em redor do futebol. Essencialmente porque tem um preço.

Nos últimos anos foi feito muito trabalho de identificação e controlo das claques de futebol. Por causa disso, o fenómeno foi controloado. Sempre houve episódios de violência, mas espaçados e normalmente relacionados com os grandes jogos, onde a rivalidade é máxima e o histórico pesado.

Acontece que esse trabalho envolve muitos meios e dinheiro que de repente ficou caro. Os clubes preferem gastar em jogadores do que em polícias, a Liga tem mais que fazer e o Governo está pressionado a passar faturas para outros pagarem.

O aumento da violência acontece em simultâneo com este período de discussão pública entre poderes, quando o campeonato entra na fase de decisão e numa altura em que o país mergulha em grave crise económica, com o desemprego a atingir a maior parte das famílias. Pode ser coincidência. Mas pode sobretudo ser muito perigoso.