A violência no derby de Alvalade deixou muita gente revoltada. O provedor do adepto, como figura responsável pela ligação entre a Liga de Clubes e os adeptos, também está naturalmente preocupado. Nesse sentido diz ser necessário trabalhar na erradicação rápida da violência dos estádios.

O caminho, adianta o provedor, passa pela prevenção e pela prudência. Até porque não é possível ignorar o papel positivo que as claques podem ter no espectáculo. «Não podemos deixar de trabalhar com os grupos organizados de adeptos», garante Jorge Silvério em conversa com o Maisfutebol.

«Os oficiais de ligação aos adeptos podem ter aqui um papel fundamental», acrescenta, lembrando uma figura que trabalha junto dos adeptos em cada clube. «Na Alemanha os clubes já todos têm um oficial de ligação aos adeptos e há clubes que até têm dois, com resultados evidentes na prevenção da violência.»

O futebol alemão é de resto exemplar. «A Liga de Clubes, através da Procuradoria do Adepto, tem estado em contacto com outros ligas europeias, temos vindo a trabalhar no que é possível fazer para afastar a violência e percebemos que a melhor forma é a prevenção, como tem sido feito na Alemanha.»

De resto, e através de Salomé Marivoet, professora da Universidade de Coimbra, a Provedoria do Adepto está a realizar um projecto de investigação intitulado «Prevenção da Violência, Racismo e Xenofobia junto de Grupos Organizados de Adeptos de Futebol (Claques) - Formas de Intervenção.»

«É preciso olhar com atenção para o que tem sido bem feito na prevenção da violência na Europa e os Euros são um exemplo de bom trabalho nessa área», conclui Jorge Silvério, recordando o trabalho feito para afastar os adeptos violentos dos estádios e valorizando o trabalho das claques nos jogos.