Vítor Oliveira tem 61 anos. Deixou de jogar futebol aos 30 e é treinador há 31. Já passou por 17 clubes, subiu oito deles da segunda para a primeira Liga, mas nunca treinou um grande do futebol português.

Em entrevista ao Maisfutebol, o treinador admitiu que não ter chegado ao Benfica, Sporting ou FC Porto manche o seu percurso. Atualmente sem clube, após deixar o União da Madeira, o técnico está «à espera que o telefone». Que clube se seguirá?

Nunca chegou a um clube, digamos, grande. Nunca teve esse desejo?
Tive há uns anos, neste momento não. Essa possibilidade está totalmente descartada e não tenho qualquer tipo de mágoa ou ressentimento. Tenho uma carreira muito bonita, das mais bonitas do futebol português, e da qual me posso orgulhar. Não tenho que me queixar.
 
Mas gostava de ter tido essa oportunidade?
Toda a gente gostaria de chegar a um grande. Quem não gostaria de treinar o Benfica, Sporting ou FC Porto? Nem todos podem lá chegar. Uns conseguem fazê-lo com êxito, outros fazem-no sem êxito. Todos têm essa ambição, mas para mim já passou. Estou numa fase em que só quero treinar. Pensei sempre pela minha cabeça, nunca tive lobbies, nem empresários que às vezes dão a possibilidade de chegar a clubes com maiores ambições, mas não tenho qualquer mágoa. Estou muito contente com a minha carreira. Tenho tido sucesso e tenho sido muito feliz.

No domingo despediu-se do União da Madeira e disse que ainda não tinha clube. Agora já tem?
Não. Não tenho. Ninguém me contactou. Neste momento vou tratar de outras coisas, começar as férias e esperar que o telefone toque.
 
Tem preferência por algum clube?
Não tenho qualquer desejo por um clube em especial. Já passei por clubes muito especiais. Por exemplo, pelo Leixões, que é especialíssimo para mim, ou pela Académica, que é sempre especial para qualquer treinador. Passei por clubes com importância no panorama nacional e, neste momento dizer que gostava deste ou daquele, não sei dizer. Quero é treinar.
 
Tem 61 anos, mas há treinadores mais velhos. Até quando quer fazer disto a sua vida?
Não sei. Quando entender. Deixei de jogar futebol aos 30 anos, após ser titular quase indiscutível, quando o Portimonense foi à Europa e fiz os jogos quase todos. Entendi que devia deixar. Quando entender também que o futebol e treinar já não me dão prazer, deixarei.



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