O Benfica teve de passar pelo castigo (máximo) para chegar à final four da prova e defender o estatuto de emblemas com mais conquistas da prova. O Vitória de Guimarães esteve a vencer na Luz, graças a um golo de Estupiñan, mas um penálti de Pizzi, a sete minutos do fim, levou a eliminatória para o desempate da marca de onze metros, e aí as águias agarraram o bilhete para Leiria.

A verticalidade que Taarabt, Waldschmidt e Darwín colocaram na primeira ocasião de perigo do jogo, ao minuto 9, não foi prenúncio para o que se seguiria. O Benfica voltou a revelar enormes limitações em ataque posicional, e depois a tendência para partir-se ao meio no momento de transição do adversário.

Esse espaço ficou ao gosto de Marcus Edwards para que o Vitória encontrasse o conforto da vantagem no primeiro remate que fez, ao minuto 16. O talentoso inglês rodou sobre Nuno Tavares a meio-campo, embalou para a área e tocou para o remate cruzado de Rochinha, que encontrou Estupiñan à boca da baliza.

A resposta imediata do Benfica foi tão tímida quanto o remate de Taarabt para defesa do estreante Trmal (19m), até que Everton teve uma dupla ocasião de perigo ao minuto 32, travada primeiro por Mumin e depois por Trmal.

Apesar desta reação, do lado oposto persistiam os sinais de intranquilidade. Uma perda de bola de Jardel na área obrigou Helton Leite a negar o golo a Miguel Luís, e na sequência do canto surgiu um cabeceamento de Pepelu ao lado.

A inquietação sentiu-se também no momento em que Helton Leite segurou uma bola fora da área, e só à beira do intervalo é que o Benfica voltou a criar perigo, com Everton a colocar até a bola no fundo da baliza vitoriana, mas num lance anulado (bem) por fora de jogo (que até existiu em dois momentos).

Jesus lançou Gilberto e Seferovic logo ao intervalo, mas foi só depois, com Pedrinho e Pizzi, que o Benfica melhorou. O brasileiro começou por cruzar para uma ocasião flagrante de Darwín (70m), e depois o uruguaio serviu um remate de Pizzi desviado por Trmal por cima da barra (78m).

Foi entre Pedrinho e Pizzi que o Benfica construiu a jogada do empate, ao minuto 83. Uma combinação pela direita deu origem a um penálti sobre o ex-Corinthians que o internacional português converteu.

Importa dizer que o Vitória não passou o tempo todo remetido à sua área, na etapa complementar. Procurou sair em transição, sobretudo após a entrada de Ricardo Quaresma (minuto 71), mas faltou melhor definição no último terço, ainda que Janvier tenha obrigado Helton Leite a defesa apertada (76m).

Na outra baliza brilhava o promissor Matous Trmal, que nos instantes finais negou dois golos a Darwín, remetendo assim a decisão para o desempate por penáltis. Aí a aspirações do Vitória começaram por embater no poste, na conversão de André Almeida, e depois Helton Leite segurou o remate de Poha (que já tinha cometido o penálti do empate).

O Benfica revelou os problemas habituais, mas depois de passar pelo castigo garantiu a continuidade na prova que procura conquistar pela oitava vez.