Três adeptos do Vitória de Guimarães começaram a ser ouvidos, esta sexta-feira, por um juiz de instrução criminal no Tribunal de Guimarães, depois de terem sido constituídos arguidos no caso Marega.

A diligência processual prossegue no dia 2 de outubro, confirmou fonte judicial à agência Lusa.

Os três arguidos estão indiciados pelo crime de discriminação e incitamento ao ódio e à violência, punido com pena de prisão de seis meses a cinco anos.

O Ministério Público propôs a suspensão provisória do processo, caso os arguidos fossem proibidos de frequentar recintos desportivos, se apresentassem num posto policial à hora dos jogos do Vitória e, ainda, pagassem determinada quantia a uma instituição.

Os arguidos rejeitaram e estão, neste momento, com termo de identidade e residência.

O advogado dos três adeptos, Pedro Carvalho, mostrou-se «plenamente convencido» de que os seus constituintes «não tiveram qualquer conduta censurável criminalmente».

«Apenas espero que o mediatismo dos factos e a questão do racismo, que tem gerado aceso debate na sociedade, não subverta a ação da justiça, porque será inadmissível para um Estado de Direito que os meus constituintes sejam utilizados como bodes expiatórios e se pretenda através deles, ficticiamente, fazer um combate ao racismo e à violência no desporto. Não é pelas dificuldades investigatórias que possam existir que se sacrificará os direitos destes cidadãos, adeptos do Vitória Sport Clube, ou pelo menos assim espero», acrescentou.

Os factos remontam a 16 de fevereiro, quando o Vitória de Guimarães recebeu o FC Porto, em jogo da 21.ª jornada da I Liga. Na segunda parte, Moussa Marega solicitou a substituição e acabou por recolher aos balneários, debaixo de cânticos de natureza racista e sons a imitar macacos, dirigidos pelos adeptos vimaranenses.