O futebolista do V. Guimarães, André André, considera que há diferenças significativas no trabalho de grupo para o individual e que há mais cansaço com este, além da falta de ligação com os restantes colegas de equipa do plantel.

«[O treino individualizado cansa mais rapidamente do que em grupo. Os outros jogadores dizem o mesmo. Falta o contacto e a comunicação, o futebol é um desporto coletivo. Se fosse sempre assim, eu não queria [treinar], porque custa muito. Não podemos estar juntos, a saber o que o colega vai fazer e vai dizer», afirmou o médio, em declarações prestadas numa videoconferência realizada pelo clube minhoto.

Apesar do isolamento e do treino individual, André André assumiu estar com «grande motivação» e frisou que o retorno à academia do clube, em Guimarães, permite «sentir a relva», «sentir as chuteiras» e até conversar com os colegas, apesar das «distâncias necessárias».

O plantel orientado por Ivo Vieira, que na altura da paragem da I Liga devido à pandemia da covid-19, em março, estava no sexto lugar do campeonato, com 37 pontos, ainda tem «confiança e motivação» para chegar aos lugares europeus, os cinco primeiros, nas dez jornadas que restam. O retorno da I Liga já foi autorizado pelo Governo, apesar de as autoridades de saúde ainda não darem total certeza sobre o regresso.

O V. Guimarães voltou aos trabalhos na academia na segunda-feira, sempre com os atletas separados. Os jogadores têm ainda de trabalhar com bola e material próprios e de irem equipados de casa para o treino, face à interdição do uso de balneários. Os atletas têm de responder, diariamente, a questionários acerca de sintomas associados à covid-19, situação que o médio considera necessária para o «bem-estar de todos».

O jogador de 30 anos reconheceu que a questão de o possível regresso da I Liga ser com jogos sem público nos estádios é «sempre diferente», mas espera jogar em Guimarães e que isso já é um hábito. «Não vamos ter o apoio dos adeptos no campo, mas espero que nos deem força, dentro das suas casas», rematou.