João Henriques, treinador do Vitória de Guimarães, quer aproximar-se do «pelotão da frente» com um triunfo sobre o Farense, esta quarta-feira, em jogo em atraso da 14.ª jornada da Liga. Na antevisão do jogo, o treinador também abordou a forma como Ricardo Quaresma é «massacrado» pelos adversários.

Praticamente um mês depois do adiamento da data original do encontro, devido ao gelo que então se encontrava no relvado do Estádio D. Afonso Henriques, os minhotos ocupam o sexto lugar da tabela, com 31 pontos, e podem reduzir para apenas um ponto a distância para o quinto, o Paços de Ferreira, caso se imponham ao conjunto algarvio.

«A dificuldade do jogo é tremenda, porque o Farense está a tentar chegar-se mais à frente no pelotão em que está. Nós queremos somar os pontos para nos aproximarmos do pelotão da frente, respeitando o Farense, porque tem individualidades e uma equipa cada vez mais consistente. Criou sempre dificuldades às melhores equipas e perdeu, por vezes, nos detalhes», realçou o treinador, na videoconferência de antevisão ao desafio.

Ciente da «boa resposta» que a equipa treinada por Jorge Costa deu no jogo anterior, vencendo no reduto do Nacional por 3-2, o técnico vincou que os seus pupilos também anseiam dar uma «resposta natural» ao desaire caseiro de sábado diante do Rio Ave (1-3), um «acidente de percurso», em que as falhas no equilíbrio tático da equipa aquando da perda de bola se revelaram, a seu ver, decisivas.

«Temos de dar uma resposta. Sabemos de onde vimos, onde estamos e para onde vamos. Vamos dar uma resposta natural face a um resultado que fez a equipa sentir-se injustiçada numa fase de crescimento. Todas as equipas fortes têm acidentes de percurso. O que nos dá equilíbrio nas fases menos positivas do nosso percurso é sabermos o que somos», comentou.

Os minhotos vão jogar de novo no Estádio D. Afonso Henriques, palco no qual perderam cinco dos nove jogos disputados e somaram 12 dos 31 pontos conquistados, e João Henriques relembrou que a edição da Liga em curso é «atípica», devido aos efeitos da pandemia de covid-19, que resultam em jogadores infetados, num calendário competitivo mais curto e na ausência de público.

Questionado sobre a crescente atenção dos adversários para com Quaresma, autor de três golos e cinco assistências na época de regresso à Liga, o líder vitoriano reconheceu que a equipa só conseguiu marcar dois golos de bola parada nos últimos três jogos - um pelo extremo, contra o Rio Ave -, mas avisou que a equipa tem mais soluções ofensivas para corrigir essa quebra de produção.

«Vamos arranjando outras soluções. Não vamos largar o que temos de muito bom. Os números do Ricardo [Quaresma] são de nível europeu, garantindo assistências e golos. Se colocam mais do que um jogador à beira do Ricardo, há jogadores que aparecem livres no outro lado. Este é um jogo do gato e do rato e vamo-nos adaptando», explicou.

João Henriques frisou ainda ter toda a «confiança» no guarda-redes Bruno Varela, que vai manter a titularidade apesar da falha responsável pelo terceiro golo vila-condense no sábado, e projetou uma segunda volta «mais difícil» face à primeira, na qual os «pontos serão mais caros» e os jogos mais decididos nos «detalhes».