Pepa foi apresentado como novo treinador do Vitória de Guimarães e anunciou desde logo que objetivo passa meter a equipa a jogar o «triplo» com a intenção de «entrar em campo, seja contra quem for, para ganhar». O jovem treinador assinou um contrato válido para as próximas três temporadas e vai apostar forte na formação.

O novo treinador foi apresentado pelo presidente Miguel Pinto Lisboa, em pleno relvado do Estádio Dom Afonso Henriques. «O Vitória ficou aquém dos objetivos. Apesar de terem sido cometidos erros na pré-época, registou-se uma quebra inadmissível na segunda volta. Entendo que o Vitória precisa de uma nova energia, que lhe garanta condições e exigências máximas. Entendo que o Pepa é a pessoa certa para liderar o plantel do Vitória. Identifico no Pepa a chama a e a paixão que mobilizam as equipas e que estão na base das grandes vitórias», começou por anunciar o dirigente.

O novo treinador apresentou-se de «coração aberto». «Não tenho folhas, não tenho nada, tenho o coração a falar. Mais do que um sonho, era um o objetivo. Estou emocionado por ver aqui os funcionários do clube, mas este é o caminho, todos juntos. Partilhar e dizer que, mais do que um passo que sinto que estou a dar, o Vitória não é só enorme, é diferente. É fácil de fora sentir este desejo e esta vontade enorme, mas o que vai acontecer aqui nos próximos anos é um coisa sustentada. Vamos passar por momentos difíceis, mas também vamos ter momentos muito bons», começou por enunciar.

O Vitória acabou a Liga no sétimo lugar, com menos dez pontos do que o Paços, a anterior equipa de Pepa. «A minha exigência para com a equipa técnica é tremenda, a exigência que coloco em mim é aquela que quero colocar na equipa e nos jogadores. A exigência do clube tem de ser vista com alegria. O nosso hino é contagiante, é o que sinto há muito tempo, uma sede de vencer incrível. O Vitória quis muito o Pepa, mas o Pepa tem de dizer ao presidente e ao todos os vitorianos que o Pepa também queria muito o Vitória. Vamos fazer tudo para que os adeptos tenham muito orgulho», comentou.

Quantos aos objetivos para a próxima época. «Mais do estar aqui a assumir qualquer tipo de classificação, há uma coisa que é inegociável, que é ter um Vitória que entre em campo, seja contra quem for, para ganhar. Ponto final. Mas antes disso há muita coisa, é um trabalho diário, mas o objetivo será no dia a dia. Vamos ter uma equipa em que todos os adeptos e a cidade vão ter orgulho. Não é por causa do Pepa. Temos o desafio de jogar o dobro ou o triplo, temos de mobilizar tudo e todos para colocar o Vitória onde merece estar», prosseguiu.

Pepa acabou de chegar, mas já conhece o plantel do Vitória, pelo menos do ponto de vista de adversário. «Mais do que analisar o plantel, quero dizer que o plantel tem qualidade. Esse trabalho vai ser feito de forma competente e exaustiva. Mas há qualidade no plantel e em todos os escalões abaixo. Esse tipo de recursos tem de ser rentabilizado. Temos de preparar os meninos para nos deixarem orgulhosos», referiu.

O novo treinador defendeu ainda que é o momento de olhar para o futuro e deixar o passado para trás. «É uma nova era, uma nova fase, o que ficou para trás ficou para trás. O momento aqui agora é outro. Os objetivos, já disse, o Vitória tem de olhar com naturalidade para os primeiros lugares, tem de lutar por títulos. Isto tem de ser um inferno para quem aqui vem. Quem vier aqui tem de passar mal. É algo que temos de incutir com naturalidade. Mas olho para a história do Vitória, olho aqui para algumas referências do clube, isto não é nada de novo. Vai ter de acontecer tudo com muita naturalidade», destacou.

Um projeto com três anos que implica uma aposta na formação. «Temos de começar a trabalhar rápido. Vamos jogar de olhos fechados. Precisamos descansar um pouco, andamos há dois anos com uma densidade tremenda de jogos, mas temos de descansar a trabalhar. Os três anos são um sinal de grande confiança da parte do presidente e do Vitória. Depois assenta naquilo que queremos potenciar. Não pode ser de boca, temos de olhar apara equipa B, sub-23, juniores, conhecer os miúdos, potenciá-los, dar-lhes oportunidades. Não dá para todos, mas os que vão conseguir chegar aqui, vão ter tempo para crescer e para trabalhar», contou ainda.