O V. Guimarães venceu o Toulouse (6-2) com um resultado robusto naquele que foi o último teste de pré-temporada de Pedro Martins antes dos jogos a «doer». João Pedro, Valente, Raphinha, Soares e Marega, este último a bisar, apontaram os golos do emblema vimaranense, que ficou em superioridade numérica logo aos nove minutos. Braithwaite bisou do lado dos gauleses.

Com cinco alterações comparativamente com o jogo diante do FC Porto, o Vitória de Pedro Martins começa a passar do esboço à certeza. Sistema com quatro médios e dois homens mais adiantados (4x4x2) é aposta e não uma experiência e o experiente Douglas regressa, ao que tudo indica, à baliza, relegando Miguel Silva para o banco de suplentes. 

Para além disso, a velocidade de Marega, Hurtado e Soares no ataque apresenta-se como uma das principais armas  para a versão 2016/17 da equipa da Cidade-Berço.

O encontro ganhou contornos distintos logo aos nove minutos, com Julien a ser expulso. O defesa agarrou Marega quando o franco-maliano se encaminhava isolado para a baliza, sendo que o árbitro Jorge Ferreira admoestou o gaulês com cartolina vermelha.

João Pedro e bis de Marega

João Pedro, que tem sido associado ao FC Porto abriu o ativo aos treze minutos e provocou um verdadeiro rombo nos gauleses, que apenas quatro minutos antes tinham ficado reduzidos a dez elementos. Com um remate do meio da rua o médio bateu Lafont, guarda-redes de 17 anos da turma francesa, ainda que o remate tenha sofrido um ligeiro desvio num adversário.

Apesar do choque, o 17º classificado da última edição do campeonato francês conseguiu chegar ao empate na sequência de um livre direto. O dinamarquês Braithwaite bateu de forma exímia a bola parada à entrada da área e o máximo que Douglas conseguiu foi sacudir a bola para o poste, mas de forma insuficiente para evitar o empate aos dezassete minutos.

Contudo, precisamente no mesmo minuto Valente voltou a colocar o V. Guimarães na frente do marcador. Soares desmarcou-se na esquerda na reposição e bola, encaminhou-se rapidamente para a área e serviu depois Valente que, de primeira, se limitou a encostar, apanhando a equipa de Toulouse de surpresa e em contrapé.

A jogar com seis reforços na equipa inciial e com um onze mais próximo daquele que será usado na primeira jornada, no dérbi com o Sp. Braga, o V. Guimarães demonstrou maior facilidade em chegar à baliza adversária. Sem jogadas articuladas, por vezes sem conexão aparente e sem fio de jogo definido, a verdade é que o V. Guimarães conseguiu aparecer várias vezes de forma matreira na cara do golo. Recuperações de bola cirúrgicas faziam o tridente composto por Marega, Hurtado e Soares aparecer nas costas da defesa contrária.

Num desses lances Marega fez o terceiro do V. Guimarães, ao aparecer completamente isolado no coração da área. Com todo o tempo do mundo o atacante emprestado pelo FC Porto simulou por duas ocasiões e depois atirou sem dificuldades para o fundo das redes.

Mais três no segundo tempo contra Braithwaite

Já depois do período de descanso, aos cinquenta minutos, Marega bisou na partida. Cruzamento de Rúben Ferreira da esquerda, Marega cabeceou como mandam as regras, de cima para baixo, e desnivelou o marcador. Destaque para o cruzamento do lado esquerdo, a assinalar a envolvência de Rúben Ferreira na manobra ofensiva da equipa, a exemplo do que aconteceu com João Aurélio.

Braithwaite ainda reduziu a desvantagem, fazendo também ele o segundo golo do Toulouse numa jogada em que os centrais vitorianos se deixaram bater, mas a noite era mesmo para o V. Guimarães. Raphinha fez o quinto ao recarregar com êxito mais um remate de Marega e Soares fechou a contagem de grande penalidade, convertendo o castigo máximo que o próprio cavou em mais uma arrancada pelo lado esquerdo.

Triunfo atípico do V. Guimarães, num jogo que cedo se descaracterizou. Destaque pela positiva para a forma matreira e quase que cínica como os pupilos de Pedro Martins se balancearam com transições rápidas para as costas da defesa adversária. Por outro lado, em superioridade numérica os minhotos não conseguiram evitar o encaixe de dois golos, fazendo soar o alarme das limitações defensivas da época passada.

Perante um Toulouse que se viu na contingência de ser mais operário do que tecnicista, o triunfo robusto do V. Guimarães acaba por acontecer de forma natural. Dentro de uma semana já é a valer, e logo com um sempre escaldante duelo com o rival do Minho.

FICHA DE JOGO

V. Guimarães-Toulouse, 6-2

Estádio: D. Afonso Henriques

Árbitro: Jorge Ferreira

V. GUIMARÃES: Douglas; João Aurélio, Josué, Pedrão e Rúben Ferreira; Valente, João Pedro, Rafael Miranda e Hurtado; Marega e Soares.

Jogaram ainda: Marcos Valente, Raphinha, Xande Silva, Areias, Franci e Tozé.

Treinador: Pedro Martins

TOULOUSE: Lafont; Amian, Diop, Julien e Moubadje; Trejo, Blin, Somalia e Sylla; Toivonen e Braithwaite.

Jogaram ainda: Spajic, Pi, Bodiger, Pesic, Sirieix, Veskovac, Cafaro, Michelin.

Treinador: Pascal Dupraz

GOLOS: João Pedro (13’), Braithwaite (17’ e 56’), Valente (17’), Marega (30’ e 50’), Raphinha (68’) e Soares (76’).

Cartões amarelos: João Pedro (21’) e Bodiger (75’).

Cartão vermelho: Julien (9’)