José Couceiro, técnico do Vitória de Setúbal, em declarações na sala de imprensa do Estádio do Dragão depois da derrota por 5-1 frente ao FC Porto, em partida a contar para a jornada 31 da Liga:

«Entrámos mal, cometemos muitos erros. Já sabíamos que o FC Porto ia querer entrar bem e resolver o mais cedo possível a partida. Estávamos preparados para isso, mas infelizmente não conseguimos reagir. Cometemos erros que ultimamente não têm acontecido. Melhorámos, fizemos um golo mas voltámos a cometer um erro grave no quarto golo. Na segunda parte foi dividido, ainda esperei para ver se fazíamos um segundo golo e eventualmente voltar ao jogo. Como não fizemos, fomos gerindo algumas situações. Colocámo-nos a jeito contra uma equipa que está altamente motivada depois da vitória na semana passada. Há mérito do adversário, claro, mas há um grande demérito nosso.»

[Sobre a luta pela manutenção] «Já devíamos estar fora desta luta, mas não há uma equipa que tenha perdido tantos pontos com erros de terceiros como nós. Isto não começou hoje. Já falei disto em outubro, não é de agora. Mas só dependemos de nós para a manutenção. Temos dois jogos no Bonfim e um no Estoril. Precisámos do apoio dos nossos adeptos agora, precisamos dos vitorianos no Bonfim. Foi um jogo que correu mal mas nos últimos jogos temos tido prestações muito superiores. Temos que começar já amanhã a recuperação, para sábado estarmos prontos e vencer o Feirense.»

«Podíamos estar na situação do ano passado. É só começar no primeiro jogo da época com o Moreirense e vir por aí. Não temos um ponto ganho por erros de outros. Tenho de falar nisso hoje porque é a última oportunidade que tenho de ter tanta gente numa sala de imprensa, por isso tenho que aproveitar para falar. Mas o que me preocupa é a minha equipa. Vi coisas positivas, não viemos aqui jogar com nenhum autocarro. Se tivéssemos marcado primeiro, o jogo era outro. É um risco. Hoje perdemos, mas não vou pensar de outra forma.»

«Não quero culpar a arbitragem. Se há árbitros com potencial para chegar ao topo, o João Pinheiro é provavelmente o primeiro. Mas é preciso subir o nível para que não haja uma pressão tão exagerada, e que condiciona. Há que haver um diálogo de forma muito frontal e sem paninhos quentes. Não pode haver medo de falar porque depois cria-se um ambiente de desconfiança que leva ao descrédito. Não é bom para Portugal, campeão da Europa, não ter um único árbitro no Mundial.»