O treinador do Vitória de Setúbal, Julio Velázquez, afirma sentir os seus jogadores «fortes» nesta quarentena que se cumpre devido à pandemia da Covid-19.

«Tenho mantido o contacto com todos os jogadores e todas as pessoas que trabalham no futebol profissional do Vitória. Sinto-os fortes, estão a fazer o respetivo trabalho, estão com as famílias e expectantes com o que vai acontecer. Tentamos ter uma interação diária e sobretudo passar uma mensagem de ajuda no plano emocional para se precisarem de qualquer coisa, seja a nível pessoal ou familiar, eles sintam que têm a nossa ajuda», disse à Liga Portugal o treinador espanhol, de 38 anos, revelando preocupação pelo momento que se vive devido à pandemia, em particular no seu país.

«Neste momento, estou à distância e vejo a situação em Espanha muito complicada, muito parecida à situação de Itália. Ficaram muitas pessoas infetadas e, de dia para dia, as mortes são muitas», afirmou o técnico dos sadinos, que não esconde preocupação pelos seus familiares e amigos: «Neste momento, estou muito preocupado com a minha família e amigos. O dia a dia deles é muito parecido ao nosso, mas o número de infetados e mortes não tem nada a ver e, por isso, estou muito preocupado com tudo o que está a acontecer em Espanha.»

Em relação ao futuro, Julio Velázquez considera que, depois de o problema que se vive passar, terão de existir mudanças: «De uma maneira geral, o mundo, vai mudar... sem dúvida alguma! Espero que, em primeiro lugar, todos se tornem um ‘bocadinho mais humanos’, no nosso quotidiano, com a nossa família, na nossa profissão, em todas as situações em geral. Depois, acredito que vão existir muitas mudanças no aspeto económico.»

O técnico do Vitória de Setúbal aproveita parte do tempo que dispõe em casa para a aperfeiçoar os seus conhecimentos profissionais.

«Tento estar atento a todas as situações dos jogadores e de todas as pessoas que trabalham na equipa. Falo constantemente com o departamento médico, com o preparador físico para preparar o trabalho diário dos jogadores e, só depois do meu trabalho, aproveito o tempo para falar com a família, com os amigos, com pessoas do futebol. Por dia, vejo dois a três jogos e aproveito para aperfeiçoar os diferentes idiomas, para melhorar e aprender», concluiu.