Após o triunfo por 3-0 sobre o Tondela, José Couceiro aproveitou a presença dos jornalistas na sala de imprensa para manifestar o desagrado para com a presença da Autoridade Antidopagem de Portugal (ADoP) na véspera do jogo.

O técnico do V. Setúbal deixou críticas à presença do organismo na véspera de um jogo. «Não estou indignado por terem vindo cá. Quero que a ADoP funcione como deve ser, para defesa dos jogadores», começou por dizer.

Couceiro afirmou ser favorável aos controlos, mas considerou que deve imperar o bom-senso.

«Estamos a falar de controlo a todo o plantel, a toda a equipa. Acho bem que se faça, mas também que a aplicação da lei tenha algum bom-senso e não crie desequilíbrios. A ADoP fez [o controlo] a nós e não ao nosso adversário. Numa semana em que temos poucos treinos e pouco tempo para preparar o jogo seguinte, temos a ADoP no treino estratégico que temos para preparar o jogo. Isto não é aplicar o desporto de forma cega. A lei existe e é igual para todos. Este jogo para nos também era uma final. Uma vitória do Tondela invertia tudo», apontou.

Num tom crispado, o técnico dos sadinos deixou no ar a ideia de que o controlo na véspera de um jogo não foi uma «coincidência» até porque, sublinhou, havia outros dias em que o mesmo podia ter sido feito.

«Nós não andamos aqui a brincar ao futebol. O desporto de alta-competição é coisa muito séria. Retirar sangue a todo o plantel… isso podia ter sido feito terça-feira. Porque é que têm de vir 30 horas antes de um jogo quando sabem que temos um treino estratégico? Eu não acredito em coincidências, ou então estamos a falar em incompetência», rematou.

Recorde-se que a presença da ADoP no Estádio do Bonfim prolongou-se por toda a manhã de quinta-feira e parte da tarde, o que forçou ao adiamento do último treino de preparação para o jogo com o Tondela. «Isto não é aplicar a lei de forma cega. A lei existe e é igual para todos. Para nós, este jogo também era uma final. Uma vitória do Tondela invertia tudo.»