José Couceiro, treinador do V. Setúbal, em declarações aos jornalistas após o triunfo sobre o Paços de Ferreira por 1-0:

«Foi uma vitória importante mas não pela derrota dos outros. Temos é de ter foco nos nossos jogos. É evidente que não foi um jogo muito bem jogado. O Vitória foi a equipa que mais procurou chegar ao golo. O Paços tinha uma estratégia mais expectante. Corremos mais riscos mas não conseguimos em muitos momentos circular a bola como é normal, atendendo à situação e à ansiedade da equipa.

Na segunda parte entrámos mais fortes, fizemos o golo, o Paços tentou reagir, mas tivemos oportunidades para dilatar a vantagem, até porque o Paços deu mais espaço. Não conseguimos circular muito a bola, mas acho que vencemos de uma forma merecida porque fomos a equipa que, na minha opinião, mais fez para ganhar o jogo.

Ainda há 33 pontos em disputa. Não se vai alterar nada e em duas/três jornadas as coisas podem alterar-se. Há que continuar a ter foco em nós próprios e não nos adversários que não jogam connosco [n.d.r.: a propósito da derrota do Moreirense]

[A saída de Patrick na reta final e o golo do lateral]

«Em princípio tem a ver com cansaço. Como sabem, ele esteve muito tempo parado. Em relação ao lance do golo, é um lance que ele executa muito bem. Temos várias alternativas e ele é uma delas.»

[A moldura humana: 4.600 espectadores no Bonfim, uma das melhores casas da época]

«Dos jogos sem ser contra as equipas de maior dimensão foi a maior assistência. Agrada-nos jogar em casa com um ambiente positivo. Estamos numa série positiva. Ninguém gosta de ser último classificado, mas sabemos que a equipa tem vindo a crescer, que tem tido uma atitude positiva e que não se tem refugiado no passado.»

[A importância desta vitória e o efeito psicológico que a saída da zona de descida pode vir a ter na equipa]

«É apenas uma vitória e são três pontos importantes que um adversário direto também não conquistou, por isso são mais do que três pontos.

Claro que a ansiedade existe. Como disse, ninguém gosta de estar na última posição. Temos 21 pontos, a linha de água tem 20 e nada muda. Numa jornada pode inverter-se. Se é preferível ter 21 a 18? Claro que sim. O ideal era ter mais e é isso que vamos procurar. Os jogos entre estas seis, sete ou oito equipas [n.d.r.: em zona difícil] vão ser fundamentais para os objetivos da permanência.»

[Requisitos mínimos necessários para garantir a permanência]

«Penso que vão ser precisos mais do que 30 pontos. Já houve um ano em que foram precisos mais. No ano passado [Arouca] é um bom exemplo de uma equipa que estava a fazer um bom campeonato e as coisas quebraram. Todos estes jogos com adversários diretos serão muito importantes.»