O ex-internacional brasileiro Rivaldo, esteve esta terça-feira nas instalações do Vizela, o novo clube do filho João Vítor, de 17 anos. 

O Bola de Ouro de 1999, entre outros assuntos, analisou o atual momento de Cristiano Ronaldo e aconselhou o avançado a permanecer «tranquilo», apesar de não ser titular no Manchester United.

«Acredito que esteja a passar um momento difícil por não ser titular na equipa. É difícil para um jogador que se habituou a jogar estar no banco. Sabe que, apesar da sua idade, poderia fazer algo de diferente dentro de campo. Deve estar muito chateado com esta situação. É um jogador que admiro muito, um grande profissional. No momento certo, vai entrar e ser titular», disse.

Campeão do mundo em 2002, lembrou que o Mundial do Qatar pode colocar o Brasil no caminho de Portugal.

«Neste ano, o Brasil está muito forte e é uma seleção favorita para conquistar o título, mas o Mundial não é fácil. O Brasil vai encontrar muitas dificuldades. Portugal também é [forte]. Dependendo do que vai acontecer na primeira fase, talvez Brasil e Portugal se encontrem na segunda. Espero que se encontrem», frisou.

O ex-futebolista, agora com 50 anos e antiga estrela de Barcelona, Corinthians, Palmeiras, Deportivo da Corunha e Milan, conversou com os jogadores do plantel principal do Vizela, a quem recomendou terem o «sonho» de «chegar longe», com «muita disciplina».

«Para ser o melhor jogador do mundo, tive de passar por dificuldades, sempre com muito foco. Em 1992, cheguei a uma equipa pequena no estado de São Paulo, o Mogi Mirim, e, sete anos depois, estava a ser considerado o melhor jogador do mundo. Que todos tenham o ‘sonho’ de chegar longe para, um dia, conquistarem algo importante», sublinhou.

A viver nos Estados Unidos, Rivaldo prometeu acompanhar de perto o percurso de João Vítor em Vizela, «cidade onde tem amigos», apesar de reconhecer que os filhos de jogadores que chegaram ao topo do futebol mundial podem sentir «mais pressão».

«O meu outro filho, o Rivaldinho, às vezes tem dificuldades, porque as pessoas querem fazer comparações. Cada jogador quer fazer a sua história. Às vezes, até ocupam posições diferentes em campo. Pode prejudicar um pouco ser-se filho [de um antigo futebolista de topo], pela pressão. Um jogador tem de ter personalidade e de mostrar o seu futebol», vincou.

Já o presidente da SAD do Vizela, Joaquim Ribeiro, realçou que a contratação de João Vítor, médio defensivo oriundo do Atlético Guará que vai integrar os sub-17 dos minhotos, se deveu às «recomendações excelentes» e não ao pai.

«Ele não veio por causa do Rivaldo, veio porque tem qualidade. O Rivaldo, por ser amigo de gentes de Vizela, também escolheu este projeto por ser um clube que lhe vai dar todas as condições de trabalho e de segurança. Acreditamos que, no futuro, possa ser um grande jogador profissional», rematou.