Thomas De Gendt somou este sábado a segunda vitória em etapas da Volta a Itália, ao triunfar na oitava tirada, quase dez anos depois de ter vencido, então com 25 anos, no mítico Passo Del Stelvio. João Almeida caiu do sétimo para o oitavo posto da geral.

O ciclista belga venceu ao impor-se ao sprint aos companheiros de fuga - o italiano Davide Gabburo (Bardiani-CSF-Faizanè) e o espanhol Jorge Arcas (Movistar), que se destacaram entre os fugitivos – e tornou-se no segundo ciclista que mais tempo precisou para vencer duas etapas do Giro, atrás do italiano Alfredo Sivocci, que em 1922 somou o segundo triunfo quase onze anos depois do primeiro.

O veterano ciclista belga precisou de 3:32.53 horas para percorrer os 153 quilómetros da tirada, com início e chegada à cidade de Nápoles, que não teve implicações na liderança de Juan Pedro López (Trek-Segafredo), mas que fez o português João Almeida (UAE Emirates) cair do sétimo para o oitavo posto da geral

João Almeida, que terminou a etapa na 68.ª posição, segue agora a 1.58 de López, na véspera dos 191 quilómetros entre Isernia e Blockhaus, numa tirada com cinco contagens de montanha, duas delas de primeira categoria, a última das quais coincidindo com a meta.

Numa etapa em que poucos dos favoritos arriscaram, o francês Guillaume Martin (Cofidis) foi a exceção e ganhou três minutos aos rivais diretos, subindo do 28.º para o quarto lugar da geral, a 1.06 de Lopez, que manteve a distância para a concorrência direta, apesar de uma tentativa de ataque de Lennard Kämna (BORA-hansgrohe), que segue em segundo da geral, a 38 segundos.

Gendt, que se apresenta como o ciclista anteriormente conhecido como rei das fugas e é um dos 21 ciclistas no ativo a ter vencido pelo menos uma etapa nas três grandes Voltas, admitiu que foi difícil aguentar o ataque do neerlandês Mathieu van der Poel (Alpecin-Fenix), que já vestiu de rosa na edição 105 do Giro.

«Juntou-se um grupo de fuga grande e com bons corredores como o Mathieu van der Poel e o Biniam Grimay. O Van der Poel atacou e foi muito difícil segui-lo, mas conseguimos apanhá-lo. Depois lançámos um contra-ataque, porque sabíamos que todos estavam de olho nele», contou o belga, explicando a arrancada que protagonizou a 42 quilómetros da meta, escapando-se aos restantes fugitivos, juntamente com o companheiro de equipa Harm Vanhoucke, o italiano Davide Gabburo e o espanhol Jorge Arcas.

De Gendt admitiu que foi preciso «trabalhar arduamente» para conseguir aguentar a fuga e explicou que o companheiro Harm Vanhoucke foi uma peça fundamental para o seu 17.º triunfo como profissional, o quinto numa grande volta.

«A três quilómetros do fim, disse-lhe que fosse para a frente porque estava convicto de que ele ia ganhar. Fez um grande trabalho até 200 metros da meta, quando lancei o sprint», afirmou o belga.

O pelotão chegou 3.33 minutos depois, com López a segurar a liderança pelo quinto dia seguido, na véspera da subida ao Blockhaus. Depois de Almeida, e do grupo dos principais candidatos, Rui Costa (UAE Emirates) terminou na 94.ª posição, a 6.12, e Rui Oliveira (UAE Emirates) na 129.ª, a 12.13.

Na geral, além do oitavo posto de Almeida, Rui Costa ocupa o 49.º lugar, a 17.59, e Rui Oliveira o 145.º, a 1:23.28 horas.

No domingo, o pelotão vai enfrentar os 191 quilómetros entre Isernia e Blockhaus, numa tirada com cinco contagens de montanha, duas delas de primeira categoria, a última das quais coincidindo com a meta.