Para José Azevedo, a 40.ª edição da Volta ao Algarve em bicicleta significa a sua estreia como diretor desportivo da equipa russa Katusha em solo português, naquela que é uma aventura que pretende tornar ganhadora.

«Uma equipa nova, um desafio aliciante para mim e, de momento, as coisas estão a correr bem. Houve um planeamento, agora estão a começar as competições, logicamente que esperamos que os resultados também acompanhem e estejam de acordo com as nossas ambições», começou por dizer à Lusa.

De regresso ao Algarve na pele de diretor desportivo, o quinto classificado do Tour2004 reconhece que há diferenças entre a RadioShack (agora Trek) e a Katusha.

«Cada equipa tem a sua filosofia, a sua forma de trabalhar. É um projeto do ciclismo russo, de um país. Temos corredores que não são russos que são líderes da equipa e com eles temos objetivos marcados que passam, no caso do Joaquim Rodriguez, de tentar disputar o Giro e a Volta a Espanha», revelou.

A diversidade e potencialidade da formação russa foram duas caraterísticas que atraíram o antigo ciclista, agora com 40 anos.

«Eu tinha um convite da Trek para manter-me na equipa, e tudo levava a crer que eu iria permanecer, e antes da Volta a Espanha surgiu o convite da Katusha para desempenhar esta função. Falei com as pessoas da Trek, especialmente com o manager, expliquei o projeto que tinha, o projeto que me era oferecido, e ele entendeu os fatores. Uma das coisas que me levou a mudar foi, por um lado, assumir este cargo, por outro o projeto que achei bastante aliciante», confessou.

José Azevedo mostrou-se entusiasmado com a perspetiva de transformar uma geração de jovens corredores russos em potenciais ciclistas de topo.

«Não vou dizer que estou confiante [que possa ganhar uma grande Volta]. Estou motivado. Falando de uma forma realista, acho que temos grandes hipóteses de ganhar. O Joaquim [Rodriguez] nos últimos três anos tem estado no pódio em praticamente todas as grandes voltas, o que lhe falta é ganhar e eu gostava muito de conseguir vencer uma grande com ele. Estamos a trabalhar nesse sentido, toda a programação é concentrada na Volta a Itália», sublinhou.

José Azevedo prefere, portanto, não usar o termo confiante, porque isso seria o equivalente a dizer que o espanhol iria ganhar, algo a que até já está acostumado.