Bernard Tomic é um dos bad boys australianos no ténis mundial e nesta terça-feira voltou a demonstrar porquê. Após a derrota com Misha Zverev (duplo 6-4 e 6-3) em Wimbledon, surgiu na conferência de imprensa e admitiu que está «aborrecido» na modalidade.

«Foi, definitivamente, uma questão mental», respondeu Tomic, quando lhe pediram uma explicação para a derrota em três sets.

«Senti-me um bocado aborrecido, para ser sincero», disse. «É duro, sabem, tenho 24 anos», continuou. «Entrei no circuito com 16, 17, ando nisto e parece que sou super velho», declarou o australiano.

«Tenho 24 anos e foi difícil encontrar motivação» prosseguiu, para depois acrescentar: «Estou contente com a minha vida. É a minha escolha. Sei que tenho de trabalhar duro. Mas é verdade que que não o faço. Levantar um troféu ou jogar bem já não me satisfaz. Não me importo se chego à quarta ronda do US Open ou se sou eliminado na primeira. Para mim, é igual.»

«Vou jogar mais dez anos e sei que depois de terminar a carreira não vou ter de trabalhar mais», disse Bernard Tomic.

«Às vezes quero trabalhar mais, outras vezes não», continuou, para sublinhar depois que «vive numa montanha russa».

Wimbledon rendeu quase 40 mil euros a Tomic, que acumula mais de cinco milhões de dólares em prémios, sem contar com outros rendimentos.

Questionado sobre se admitiria doar o prémio de Wimbledon para solidariedade, o australiano atirou: «Se pedires a Federer para doar os seus 500 milhões de dólares, que pensas que ele fará? Todos trabalhamos por dinheiro. Talvez quando tiver 34 anos começarei a fazer doações. Se Roger e Novak Djokovic o fizerem, eu também farei sem problemas.»