A Suíça garantiu a quinta reviravolta do Campeonato do Mundo com um golo no último lance do jogo com o Equador (2-1), na abertura do Grupo E, no Estádio Nacional de Brasília. Um jogo inédito entre estas duas seleções que permitiu à equipa helvética conseguir a sua primeira vitória em seis jogos com equipas sul-americanas em fases finais, esta com um «dedinho» especial de Otmar Hitzfeld, com os dois golos suíços a saírem do banco. Mas não foi fácil.

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Logo no primeiro lance do jogo, o Equador invadiu a área da Suíça e conquistou o primeiro canto. Uma subida que se prolongou por vários minutos, com o Equador a exercer uma pressão alta, com Antonio Valencia e Montero bem abertos nas alas, a colocar extremas dificuldades à Suíça. A equipa de Otmar Hitzfeld só conseguia escapar, a espaços, pelo lado direito, com Litchsteiner, um lateral com muita rodagem da Juventus, a conseguir levar a bola para o outro lado do campo pelo seu corredor.

Um forte contraste entre um futebol explosivo do Equador e um jogo demasiado cerebral dos suíços que, mesmo com espaço para jogar em contra-ataque, preferiam sempre sair de pé para pé, permitindo a recuperação da defesa do Equador. Os primeiros minutos foram totalmente da equipa sul-americana, mas a verdade é que os helvéticos iam crescendo com o passar dos minutos. Sempre sem correr riscos, a equipa de Hitzfeled foi conquistando metros em campo, centímetro a centímetro, obrigando o Equador a correr cada vez mais para chegar à baliza de Benaglio.

Quando a Suíça parecia pronta para assumir definitivamente o controlo do jogo, o Equador marcou num lance de bola parada. Livre de Ayovi sobre a esquerda, uma espécie de canto curto, com Enner Valencia [atenção este é do Pachuca, o do United é o Antonio] a elevar-se bem para marcar de cabeça. A Suíça estava agora obrigada a assumir as despesas do jogo, enquanto o Equador reduzia drasticamente o ritmo que tinha imposto nos primeiros minutos. A equipa de Hitzfeld conseguiu pressionar, ganhou muitos cantos, mas até ao intervalo, apenas uma oportunidade evidente, num remate cruzado de Inler que passou a rasar o poste.

Ottmar Hitzfeld não esperou muito mais e, logo a abrir a segunda parte, lançou Mehmedi, prescindindo de Stocker, para abrir a equipa num 4x4x2. Aposta ganha, uma vez que logo no primeiro lance o avançado que nasceu na Macedónia marcou. Canto de Rodríguez da esquerda e cabeçada junto ao primeiro poste, com muitas facilidades concedidas pelo Equador. Antonio Valencia não chegou à bola e Gruezo não saltou com Mehmedi.

Um empate que intimidou o Equador que, a partir daqui, não arriscou tanto como tinha feito na primeira parte, mas também refreou a Suíça. O jogo passou por um período aborrecido, com muita luta a meio-campo, mas poucas oportunidades junto das balizas e só voltou a aquecer nos últimos instantes. Enner Valencia e Montero ainda deram trabalho a Benaglio, mas a Suíça também podia ter-se colocado em vantagem, num lance que foi anulado a Drmic em que o avançado parece partir de posição regular.

O Equador foi o primeiro a voltar ao jogo, nos últimos minutos, e podia mesmo ter assegurado a vitória. Arroyo, em posição privilegiada para marcar, permitiu um desarme de Behrami ainda na área e, na resposta, marcou a Suíça. Rápido contra-ataque lançado pelo próprio Behrami, que ainda é placado a meio da caminho, mas recupera, lança na direita, a bola vai para a esquerda, onde surge Rodríguez a servir na área  Steferovic, avançado que tinha rendido Drmic, para o golo que vale três pontos para a Suíça. O jogo acabou logo a seguir. Segue-se o França-Honduras, o outro jogo do Grupo E.