«Houve uma conferência de imprensa em que me perguntaram sobre tudo menos futebol. Perceberam que tenho uma imagem forte e quiseram saber coisas que não estava habituado a revelar. Até fiquei embaraçado, porque ao meu lado estava o presidente do clube. Mas percebi que aqui não há incompatibilidade entre o futebol e o espectáculo, nem me acusam de estar pouco concentrado no clube só por estar a falar de outras coisas».
As palavras são Abel Xavier e ajudam a explicar como a vida lhe corre bem em Los Angeles. No horizonte surge mesmo a possibilidade de entrar num filme de acção. «Não assinei para fazer nada que não seja jogar futebol», diz. «Mas são oportunidades que merecem ser pensadas. Fizeram-me uma proposta que não esperava, fiquei contente, mas ainda está tudo numa fase muito inicial».
O jogador português está há cerca de um mês nos Estados Unidos e diz que não podia estar mais feliz. «Estou a viver uma fase que não esperava que aparecesse da forma que está acontecer». Para além da estreia em cinema, numa película da RJR Productions, o defesa está também na calha para num programa da Fashion TV. Entre outros projectos. «Não posso fechar as portas a coisas que serão muito positivas para mim em termos futuros», garante. «A minha prioridade é o futebol, tenho mais ano e meio de contrato com dois de opção e quero cumpri-los, mas o futebol não vai durar para sempre».
Do Relações Públicas aos eventos sociais que interessa frequentar
Nesse sentido, Abel Xavier tem aproveitado para estabelecer relações. «Estou muito surpreendido com os contactos feitos». Realizadores, actores, músicos, o português garante que já tem conhecido gente que só estava habituado a ver nas revistas. Entre elas Leonardo Di Caprio, por exemplo. «Sim, é verdade. Tenho pessoas à minha volta que me permitem entrar em contacto com gente influente. Tenho um relações públicas que trabalha para mim e que me leva aos locais e aos eventos sociais que interessam».
A imagem assegura o resto. «O desconhecido atrai o interesse», diz. «Eu aqui sou desconhecido e as pessoas interessam-se por me conhecer». O clube também ajuda nesse sentido. «O Galaxy é diferente. É um clube de mentalidade aberta, que trabalha bem o marketing e que abre espaço à integração social. O exemplo do David Beckham é sintomático, embora haja outros jogadores que se integram muito bem na vida social da cidade. Para além disso o público é na maioria da classe alta, há muita gente do mundo do espectáculo que é adepto e eu tenho aproveitado para conhecer pessoas fantásticas».