O Benfica tem de vencer em Bruxelas para continuar a sonhar com o apuramento para a próxima fase da Liga dos Campeões. Ou seja, os encarnados querem fazer o que ainda não foi feito. O Anderlecht nunca perdeu em casa com a equipa portuguesa.

Aliás, a formação belga tem um registo impressionante frente a emblemas lusitanos. Em dez jogos como visitado, o Anderlecht garantiu oito triunfos e dois empates. Imbatível até ao momento.

Jorge Jesus procurará contrariar a tendência. A campanha da equipa de Bruxelas no Grupo C da Liga dos Campeões não intimida, com apenas um golo e um ponto em quatro jogos. Mas, a 5 de novembro, assutou o PSG em França e saiu de lá com um empate.

Na Luz, o Benfica bateu o Anderlecht por 2-0. Djuricic e Luisão indicaram o caminho para o triunfo. Repetir o feito na Bélgica é uma obrigatoriedade.

Para atingir o seu objetivo, a formação encarnada terá necessariamente de marcar. Algo que conseguiu apenas por uma vez em quatro visitas ao próximo adversário. Os adeptos não esquecerão o momento mais doloroso, um desaire em 1982/83 (1-0), na primeira mão da final da Taça UEFA. Em Portugal, empate a um golo e o troféu para os belgas.

O brasileiro Edilson foi o único a marcar em Bruxelas, a 7 de dezembro de 1994. Um empate entre as três derrotas frente ao Anderlecht. Lembra-se de todas?

1982/83: Anderlecht-Benfica, 1-0
4 de maio de 1983, Heysel Park, 1ª mão da final da Taça UEFA. O Anderlecht tinha afastado o FC Porto nos 16avos-de-final e fez o mesmo ao Benfica nos jogos decisivos. 1-0, golo do dinamarquês Kenneth Brylle ao minuto 29. Franky Vercauteren, antigo treinador do Sporting, foi titular nesse encontro. Na Luz, um empate (1-1) não bastou. Sven-Goran Eriksson falhava a conquista do troféu.

Onze do Benfica: Manuel Bento; Frederico (António Bastos Lopes, 78m), Humberto Coelho, Pietra e Álvaro Magalhães; Shéu, Carlos Manuel e José Luís; Diamantino, Chalana e Zoran Filipovic (Nené, 68m).



1987/88: Anderlecht-Benfica, 1-0
15 de março de 1988, Estádio Constant Vanden Stock, 2ª mão dos quartos-de-final da Taça dos Campeões Europeus. Uma derrota saborosa para o Benfica, que garantira uma vantagem de dois golos no jogo realizado em Portugal (2-0). Arnor Gudjohnsen, o pai do antigo avançado de Chelsea e Barcelona, marcou o único tento ao minuto 63. O Benfica seguiu em frente mas caiu perante o PSV Eindhoven na final.

Onze do Benfica: Silvino; Veloso, Dito, Edmundo, Mozer e Álvaro Magalhães; Tueba e Diamantino; Mats Magnusson, Rui Águas e Pacheco (Wando, 65m).



1994/95: Anderlecht-Benfica, 1-1
7 de dezembro de 1994,  Estádio Constant Vanden Stock, Grupo C da Liga dos Campeões. Edilson assinou o único golo do Benfica em visitas ao Anderlecht, anulando a desvantagem no marcador, inaugurado por Graeme Rutjes. É o último jogo do grupo, com a equipa portuguesa a terminar na primeira posição, sem qualquer derrota. Na Luz, vencera o Anderlecht por 3-1. Seguiu-se o AC Milan e o adeus nos quartos-de-final da prova.

Onze do Benfica: PreudHomme; Veloso, William, Hélder e Dimas; Vítor Paneira (Paulo Bento, 67m), Tavares e Nelo (Kenedy, 67m); João Vieira Pinto, Claudio Caniggia e Edilson.



2004/05: Anderlecht-Benfica, 3-0
24 de agosto de 2004, Estádio Constant Vanden Stock, 2ª mão da 3ª pré-eliminatória da Liga dos Campeões. No primeiro jogo, o Benfica venceu pela margem mínima (1-0). Golo de Zahovic. Não chegou. Aruna Dindane bisou na Bélgica e inverteu o rumo da eliminatória. Nenad Jestrovic fixou o resultado final. Giovanni Trapattoni começava mal a época, falhando o acesso à fase de grupos da Champions. Porém, o calendário mais folgado foi importante para o objetivo principal: os encarnados conquistaram o título nacional no final da época.

Onze do Benfica: Quim; Miguel, Argel, Luisão e Manuel dos Santos; Petit e Paulo Almeida (Ricardo Rocha, 76m); Carlitos (Geovanni, 61m), Manuel Fernandes (Zahovic, 65m), Simão Sarbrosa; Tomo Sokota.