O advogado chileno Yieninson Yapur, acusado de estar envolvido no caso dos passaportes falsos, admitiu esta segunda-feira, ao jornal chileno La Tercera, que aconselhou o defesa Pablo Contreras, do Mónaco, jogador envolvido no caso dos passaportes falsos, mas desmentiu qualquer responsabilidade na obtenção do respectivo documento. 

Yapur referiu que, entre 1996 e 1997, o defesa Contreras procurou-o para saber se teria algum antepassado europeu que lhe permitisse obter passaporte comunitário. «Ao princípio disse-lhe para me trazer a certidão de nascimento, com a qual fui ao Registo Civil e investiguei até à quarta geração. Aí descobri que a sua avó era orfã e que não aparecia reconhecida nem pelo pai nem pela mãe. Posteriormente, ele comentou que tinha outros antecedentes europeus, possivelmente italianos e eu disse-lhe que talvez fosse um bom ponto de partida, mas que o Chile não tem empresas especializadas para essas investigações», revelou o advogado chileno. 

Questionado sobre se também teria aconselhado os jogadores Cristián Uribe, ex-Benfica, e Alejandro Escalona, actual lateral-esquerdo dos encarnados, Yapur não foi totalmente explícito. «Fui consultado por vários jogadores, não somente esses dois. Pelo menos 20 futebolistas procuraram-me com dúvidas idênticas às de Pablo Contreras», disse. 

Para além da investigação no Registo Civil chileno, Yieninson Yapur apenas aconselhou o jogador a procurar uma empresa jurídica na Argentina, já que, segundo ele, lá existem diversas escritórios especializados na procura de antecedentes. 

Em relação à a sua participação na obtenção do passaporte falso de Pablo Contreras, Yapur volta a admitir que apenas ofereceu uma assessoria ordinária, como a qualquer outro cliente. Sobre a quantia de 1300 contos, que o Tribunal de Paris refere ter sido paga por Contreras ao advogado chileno, Yapur diz que a dívida foi efectivamente saldada, mas «a quantia foi consideravelmente inferior». 

No que diz respeito às dúvidas sobre a legalidade do documento do defesa monegasco, o advogado chileno acredita, até que lhe provem o contrário, que o documento é verdadeiro. «Conheço o Pablo Contreras e sei que agiu de boa-fé», concluiu.