Sindicato de Jogadores e Liga de clubes reuniram-se em Outubro de 2006, tendo sido apresentado um processo de intenções para a alteração do Contrato Colectivo de Trabalho (C.T.T.) em vigor desde 1999. Até esta quarta-feira, não houve reflexos práticos desta disponibilidade manifestada pelo recém-empossado Hermínio Loureiro. Mas, face à decisão do Supremo Tribunal de Justiça, o presidente da Liga pegou no telefone e ligou ao seu homólogo do Sindicato para acelerar a revisão do C.T.T., agendando uma reunião para a próxima semana.
«Até aqui, tem havido uma protecção exagerada dos clubes em comparação com os jogadores. O C.T.T. está em vigor desde 1999 e, em 2003, entrou em vigor um novo código de trabalho que precisa de ter reflexos na vertente desportiva. O Sindicato tem apelado ao diálogo nesta matéria, o presidente da Liga demonstrou disponibilidade quanto tomou posse, mas até agora nada foi feito de concreto», lamentou Joaquim Evangelista, presidente do Sindicato de Jogadores, ao Maisfutebol.
O dirigente revelou que, entretanto, já foi contactado por Hermínio Loureiro. «Já me ligou para reforçar a sua disponibilidade para introduzir as alterações no actual C.T.T. Somos parceiros da Liga e estamos condenados a conviver com eles. Em 1999, fez-se o acordo possível. Quanto tomei posse, pedi uma reformulação mas, até agora, nada aconteceu. Espero que, finalmente, se concretize», desabafa.
Joaquim Evangelista lamenta, uma vez mais, que as «medidas tenham de ser impostas à martelada».
Sindicato de Jogadores quer alterações prontas para a próxima época
O Sindicato dos Jogadores Profissionais de Futebol denota total abertura para o diálogo, vendo a sua posição reforçada pela decisão do Supremo Tribunal de Justiça. Joaquim Evangelista espera que as alterações ao Contrato Colectivo de Trabalho estejam prontas para entrarem em vigor na próxima época.
«Há várias matérias nucleares a discutir. Esperamos ainda ir a tempo de apresentar alterações para a próxima época. É preciso medir as consequências desta decisão do Supremo, mas estamos disponíveis para harmonizar o relacionamento entre clubes e jogadores. Esse diálogo é essencial, porque tem havido proteccionismo aos clubes e é preciso não esquecer que o futebol são os jogadores», rematou o presidente do Sindicato.