Alex Ferguson rendeu-se às evidências e, mesmo que com o olhar perdido nos últimos lugares da sala de imprensa e de faces mais rosadas do que o habitual, reconheceu que o F.C. Porto foi superior, alimentou esperanças para a segunda mão e ainda teve tempo para se queixar dos exageros de Vítor Baía.

«Estou muito chateado com este resultado, pois não era o que estava à espera. O Porto jogou bem, tomou o controlo do encontro, mas não estava à espera deste tipo de encontro», começou por referir, já quase trinta minutos depois do encontro ter terminado. O técnico escocês assegura que «em nenhum momento» subestimou o adversário, pelo que não lhe custa a admitir que «o Porto jogou melhor».

«Entrámos bem no jogo, a controlar e chegámos com justiça ao golo, depois eles reagiram e parece que um lance do Deco os motivou, porque, a partir daí, passaram a dominar e acabaram por vencer», abordou, para, logo depois, lançar a polémica sobre o lance que ditou a expulsão de Roy Keane aos 87 minutos: «Penso que o Roy não esteve bem, mas o guarda-redes também fez mais do que efectivamente aconteceu. Cumpriu a sua missão. É claro que a ausência dele no segundo jogo é importante, mas temos muitas soluções no meio-campo, como o Kleberson, que podem preencher a sua ausência. Acredito que podemos vencer a eliminatória, porque, afinal, só nos falta um golo e nós somos muitos difíceis de bater em casa, nomeadamente nas competições europeias».

Sir Ferguson ainda guardou algumas palavras para Benni McCarthy e, mais concretamente, ao segundo golo que apontou. «McCarthy esteve no seu melhor. Foi um grande momento de futebol, uma cabeçada espectacular, que fez passar a bola mesmo entre o guarda-redes e o poste. Acho que não era possível fazer nada para o evitar».