Dados recentes, da semana que terminou, apontam no sentido de ter sido descoberto o princípio do antídoto para o futebol do Barcelona que domina Espanha, a Europa e o Mundo há um par de anos.

Na base da mezinha está o óbvio: defender com linhas muito juntas e tapar os espaços centrais com um cerco apertado a Messi e companhia. Di Matteo, na terça-feira, e Mourinho, no sábado, fizeram-no muito bem, embora com aditivos substancialmente diferentes.

O Chelsea defendeu numa espécie de 9x1, desdobrável em 8x2 em três ou quatro ocasiões. Uma delas resultou em golo, mas precisou de muita sorte e alguma azelhice dos avançados do Barcelona para vencer. Em cinco jogos assim ganhará um e pode empatar outro. Também é verdade que pode ser já o da próxima terça-feira!

Mourinho (e Ronaldo) foram muito mais que isso. Ao inevitável programa defensivo juntaram ousadia, velocidade e poder de campeão nas partidas para o ataque. A posse de bola foi mais ou menos como de costume, mas o Real teve mais remates e mais oportunidades de golo. O Barcelona, salvo erro, falhou duas boas tentativas, ao contrário das cinco ou seis de Inglaterra.

Na verdade, tinha de ser José Mourinho a encontrar o antídoto. É o melhor e desde que perdeu 0-5 com este Barcelona terá jurado consegui-lo.

Além do merecido título para o Real Madrid, e antes de sabermos se o Barça dá à volta à meia final da Champions, há questões que ficam no ar depois dos últimos meses catalães: chegou ao fim o ciclo de ouro (e há de facto alguns jogadores na reta final da carreira)? Guardiola vai ficar e tentar a renovação? O Barcelona contratará um novo técnico para um novo ciclo? Se sim, optará pela lógica dos últimos anos, de identificação com o clube e com um determinado modelo de jogo? Ou entrará no mercado puro e duro em busca de um dos melhores/mais conceituados da atualidade? Se Guardiola ficar, manterá o tiki-taka ou pragmatizará o futebol da equipa? Por último, e mais importante: a cantera do Barcelona tem na forja jogadores ao nível dos que constituíram a espinha dorsal das últimas épocas?

*Editor TVI

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PS - E Messi? Eternamente culé ou tentado a ceder a provocações e provar que é o melhor do Mundo noutro clube? Ronaldo já o fez, com o êxito que se conhece.

PS 2 - Vi o superclássico num café de Lisboa. No supermercado, antes, cruzara-me com grupos de amigos a juntar a mercadoria necessária para os grandes jogos vistos do sofá. Incrível como um Barça-Real é, hoje, vivido com a atenção e a tensão de um clássico português. Ah!: muito mais "madridistas" que "barcelonistas", ficou claro no momento dos golos.