O acordo entre Manuel José e o Benfica foi celebrado esta manhã no Tribunal de Vila Nova de Gaia, terminando com um processo que se desenrolava desde Setembro de 1997, quando o então presidente Manuel Damásio despediu o treinador em conferência de imprensa, alegando incompetência. 

Tinoco de Faria, vice-presidente para a área fiscal, foi a face dos encarnadas na reunião com Manuel José e os técnicos-adjuntos Raúl Sousa e Jorge Teixeira, que terá conseguido reduzir a indemnização para números inferiores a quinhentos mil contos na totalidade, embora a maquia não tenha sido anunciada oficialmente. 

O actual treinador da U. Leiria sentia que tinha sido feita justiça num caso inédito no futebol português. «Acima de tudo foi a reconciliação entre três pessoas que trabalharam com dignidade e fizeram o seu melhor ao serviço do Benfica. Foi um processo inédito e se sentido algum, ainda por cima quando eu até fui jogador do Benfica. Depois de alguns anos de arrastamento do caso, surgiram novos dirigentes e hipóteses de diálogo, que facilitaram o acordo», considerou.  

Sobre as cedências que teve de fazer para que o processo conhecer este fim, Manuel José não deixou dúvidas e desvalorizou a situação: «Bom ou mau não interessa, pois foi um acordo entre amigos, com evidentes cedências. Nestas situações, os treinadores ficam sempre a perder. De qualquer forma, fiz o que a consciência ditou e aceitei as premissas, até porque tenho uma enorme divida de gratidão para com o Benfica».  

A forte ligação ao clube da Luz, foi, mesmo enfatizada pelo treinador que chegou a ser chamado de incompetente nessa mesma casa. «Fui para lá quando tinha 16 anos, era um menino e tornei-me um profissional. Se consegui algo no futebol e hoje sou o que sou, devo-o ao Benfica. Por isso, nem com este acordo fica sanada a minha dívida para com o Benfica», sentenciou.