O motor do autocarro já roncava lá fora. A equipa seguia para estágio, mas Rui Costa, suspenso, ficava. Fatih Terim, o treinador, irrompeu na sala, vindo do balneário. Procurava o português. Inadvertidamente, interrompeu a entrevista, apercebendo-se do gesto com embaraço. Falaria mesmo ali, diante do jornalista, se Rui Costa, conduzindo-o com o braço esquerdo, não tivesse procurado a privacidade que o tema exigia. 

O turco falou-lhe do jogo, perguntou-lhe se iria a Bolonha, confessou-lhe a falta que faria. Rui Costa retomou o lugar na cadeira agradado, mas não surpreso, com a atitude do treinador. «Atribui muita responsabilidade ao capitão e dá importância ao que ele diz», contou. A imagem austera de Terim desfazia-se logo ali. «Como podem ter dito, quando chegou, que ele é um General?». Não concordava e tinha boas razões para isso. Como poucos, falava com conhecimento de causa: «Nos treinos é profissional, pode até parecer distante, mas fora do campo é amigo dos jogadores». 

Como os jogadores, Terim, insistiu Rui Costa, «precisa adaptar-se». O pouco tempo que leva em Florença bastou-lhe para conquistar a admiração do português que elabora todos os gestos atacantes da Fiorentina. «Demonstra que gosta de jogar ofensivamente», o que lhe agrada. «Quando conhecer correctamente o campeonato italiano, pode ser-nos precioso», arriscou. «Espero, sinceramente, que lhe dêem o tempo necessário para o conseguir». Apenas com uma vitória, mais a impaciência de Cecchi Gori, nunca se sabe.