Costinha fala como joga. Com tranquilidade e sobriedade. A magia não é para ele, os riscos são um luxo que não assume. É o pragmatismo em pessoa. Dentro e fora do campo. O médio falou esta manhã aos jornalistas, após mais um treino à porta fechada, e abordou temas pessoais e colectivos, todos centrados no F.C. Porto e na estreia absoluta na I Liga.  

«Esta paragem do campeonato acabou por ser boa». Costinha vê a interrupção como ponto de balanço e fala de um momento ideal para partir para novas conquistas. «O cansaço estava a vir ao de cima, mas agora dá para recarregar as baterias», explica, crente de que o F.C. Porto está no bom caminho para conseguir aquilo que deseja. «Um saldo positivo seria se estivéssemos no primeiro lugar, mas penso que estamos bastante bem na I Liga, chegámos à segunda fase da Liga dos Campeões e ainda temos a Taça de Portugal para disputar. Está tudo em aberto». 

Para os portistas, no entanto, esta é uma temporada em que as falhas não serão admissíveis, especialmente no campeonato. «O F.C. Porto vai mostrar aquilo que quer», garante o médio. «O título já escapa a este clube há dois anos e queremos vencê-lo este ano, por isso não podemos cometer erros». A classificação desejada implica um esforço de todos considerável. Costinha, da sua parte, assegura que está empenhadíssimo e mostra-se agradado com os primeiros meses nas Antas. «Pessoalmente também está tudo a correr bem», resume, evitando valorizar em demasia o facto de não ter sido titular logo no arranque da época. «Quando cheguei ao Mónaco também foi a pouco e pouco que consegui o meu lugarzinho. Tenho trabalhado tranquilamente. As opções são do treinador e a concorrência num plantel é sempre positiva», defende. 

O jogador do F.C. Porto chegou primeiro a internacional A que à I Liga portuguesa. O seu caso é raro e prova unicamente que há diversos valores nos escalões secundários que não são devidamente aproveitados. Na primeira época em Portugal ao mais alto nível, Costinha admite que o desafio é interessante. «É um campeonato competitivo», arrisca. «As equipas pequenas têm dado muita luta às grandes e estou satisfeito porque Portugal tem bons executantes. Ainda existem alguns erros, mas com o Euro 2004 tudo pode ficar ainda melhor». 
 

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