Hermínio Loureiro reconheceu nesta quinta-feira, em entrevista à TVI24, que decidiu renunciar ao cargo de presidente da Liga por força da «disparidade dos castigos» aplicados pelo Conselho de Justiça da Federação Portuguesa de Futebol, a Hulk e Sapunaru, em comparação com as penas anteriormente aplicas pela Comissão Disciplinar da Liga.

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«A partir do momento em que me deparo com uma disparidade tão grande, achei importante tomar uma atitude. Com esta desproporção estávamos a voltar à descredibilização do futebol. Era preciso alguém dar um grito, um murro na mesa», justificou, no programa «MaisMundial».

Foi a 24 de Março que o Conselho de Justiça da F.P.F. decidiu aplicar três jogos de castigo a Hulk e quatro a Sapunaru. Meses antes, a Comissão Disciplinar da Liga tinha aplicado quatro meses ao brasileiro e seis ao romeno. Hermínio Loureiro estava em actividade política quando foi informado¿por Pinto da Costa. «Recebi uma chamada do presidente do F.C. Porto, a comunicar-me a decisão. A mesma pessoa que me tinha deixado de mão estendida na Supertaça de Portugal, com o Sporting», recorda o ex-presidente da Liga.

Confirmada a informação dada por Pinto da Costa, Hermínio Loureiro decidiu demitir-se. Mas garante que nunca sugeriu ao presidente da Comissão Disciplinar que fizesse o mesmo, ao contrário do que foi dito pelo presidente portista: «Pedi a todos para continuarem, para manter o normal funcionamento das competições. Essa era a minha preocupação, não gerar instabilidade.»

Mesmo sem querer fazer juízos sobre a decisão do Conselho de Justiça da Federação Portuguesa de Futebol, o ex-presidente da Liga entende que os «stewards» não devem ter estatuto idêntico ao de um adepto. «Ainda agora vi em casa a final da Taça de Portugal, com a minha família. No percurso entre o relvado e a tribuna, foram filmados dezenas de assistentes. São pessoas que têm acesso ao recinto de jogo. Na minha opinião, enquanto adepto, não podem ser entendidos como público.»

Hermínio Loureiro garante já ter saudades do futebol, mas garante que a renúncia ao cargo de presidente da Liga era a decisão correcta. «Não podemos estar dispostos a ouvir tudo. Ao presidente da Liga são assacadas responsabilidades em matérias onde ele não tem. Todas as críticas ao Hermínio foram feitas em matéria de arbitragem ou disciplina. Desde início esses departamentos tiveram um autonomia sem precedentes», sustenta.