Na noite em que o Real Madrid carimbou em grande estilo o passaporte para a final do Mundial de Clubes, goleando o Cruz Azul, campeão da CONCACAF, por 4-0, Ronaldo foi notícia por ter ficado em branco. Foi apenas a quinta vez, nos 24 jogos oficiais que soma pelos merengues esta temporada. Mas não foi por isso que o campeão europeu foi menos arrasador, perante uma equipa mexicana sem argumentos – e, também, sem pernas para acompanhar as transições ofensivas do Real, depois dos 120 minutos de pólo aquático que teve de cumprir no sábado, diante do Sydney Wanderers.

Ainda assim, o jogo permitiu a Casillas brilhar, detendo o segundo penálti em menos de uma semana, quando o marcador ainda estava em 2-0:



Depois, a segunda parte acentuou a supremacia dos madridistas, e até permitiu a Cristiano Ronaldo – que contribuiu para a goleada com duas assistências - ensaiar uma finalização de rabona que teria corrido mundo se tivesse dado golo:



Nesta quarta-feira, o surpreendente Auckland City – sem o português João Moreira, lesionado - vai tentar afastar o San Lorenzo da decisão de sábado, impedindo assim uma final anunciada com larga antecedência. Mas, seja qual for o opositor, é o Real quem faz figura de claro favorito, numa altura em que soma 21 vitórias consecutivas, tendo marcado 79 golos nesse ciclo de jogos.

Bayern: o 100º de Robben em despedida risonha

Pelo menos tão impressionante como este registo de forma merengue é o domínio do Bayern Munique na Bundesliga. Nesta terça-feira, no último jogo caseiro de 2014, os comandados de Guardiola bateram o Friburgo por 2-0 e chegaram à 13ª vitória em 16 jornadas, com o saldo impressionante de apenas três golos sofridos. O avanço sobre o Wolfsburgo, segundo classificado, pode mesmo fixar-se em 12 pontos no final desta jornada, caso o Dortmund faça cair, nesta quarta-feira, o próximo adversário europeu do Sporting.



Nem a lesão sofrida por Benatia diminiu o clima de festa, num jogo em que Arjen Robben apontou o 100º golo ao serviço dos bávaros, de longe o clube onde ganhou dimensão extra, depois das passagens por Chelsea e Real Madrid. E, no final, como despedida para um grande ano de 2014, os homens de Guardiola prepararam uma homenagem aos seus adeptos, com o Arena de Munique à média luz.



Chelsea: o maior susto foi causado por Zouma

Outro grande dominador deste final de ano, o Chelsea, passou sem problemas às meias-finais da Taça da Liga, impondo-se ao Derby County por 3-1. O mais complicado para os homens de Mourinho terá mesmo sido o choque emocional de um lance ocorrido no final da primeira parte, quando Zouma colidiu com Petr Cech e tombou inanimado no relvado. A preocupação foi tanta que Fábregas e Azpilicueta até saíram de campo para apressar os maqueiros.



Apenas um susto, felizmente: o jogador recuperou a consciência no balneário e nem precisou de ir ao hospital. E os «blues», comandados por um Hazard em grande forma e com Schürrle a assumir o papel de abre-latas, acabaram por confirmar a vitória no segundo tempo (3-1).



Se o Chelsea reagiu bem à primeira derrota da temporada, já o Southampton, de José Fonte, parece ter perdido o gás que o fez andar durante vários meses no topo do futebol inglês. Só com dois golos marcados nos últimos sete jogos, a derrota em Sheffield (1-0), diante de uma equipa do terceiro escalão, é a quinta consecutiva, culminando mais de um mês sem vitória. O desaire impede os «saints» de entrarem na discussão de um troféu alternativo, numa altura em que a candidatura a um lugar na Champions começa a ficar muito complicada. Compreende-se, portanto, que Ronald Koeman tenha deixado Brammall Lane com cara de poucos amigos.



Barcelona descarrega frustração no Huesca

Em Espanha, enquanto o Real Madrid cumpria formalidades marroquinas, Valência era palco de um autêntico «thriller», que carimbou a passagem da equipa de Nuno Espírito Santo aos quartos de final da Taça do Rei. Depois da vitória em casa do Rayo Vallecano, na primeira mão (1-2), tudo parecia facilitado para a equipa che, que ainda por cima se pôs em vantagem logo aos 8 minutos. Mas a reação dos visitantes valeu uma reviravolta na eliminatória ao intervalo (1-3) e um dos jogos mais loucos do ano no futebol espanhol. Com polémica à mistura e muitas críticas dos visitantes ao árbitro, o Valência acabou por segurar o apuramento graças a um golo de Rodrigo, antes de o antigo avançado do Benfica ser expulso. Em campo estiveram quatro portugueses (Vezo, Cancelo e André Gomes nos visitados, Licá nos visitantes), mais do que vem sendo habitual em alguns jogos da nossa Liga.



Numa ronda que também carimbou a passagem de Almeria e Celta de Vigo, o Barcelona, que vinha de um empate sem golos diante do Getafe, tirou a barriga de misérias perante o frágil Huesca. Mesmo sem o trio maravilha, formado por Messi, Neymar e Suarez a goleada por 8-1 permite atingir uma dúzia de golos no total da eliminatória e pacificar algumas críticas ao treinador, antes do último jogo do ano, em casa com o Córdoba.