O V.Setúbal ameaçou, os assobios voltaram a assombrar a Pedreira, mas treze minutos à guerreiros no início da segunda parte fizeram o Sp. Braga vencer (2-1) na receção aos sadinos, mantendo-se assim na pegada dos «três grandes».

Alan e Wilson Eduardo foram os rostos da reviravolta bracarense ao apontar os golos do triunfo numa noite em que a chuva não deu tréguas no Minho. André Claro ainda gelou o municipal bracarense com um golo à meia hora a inquietar as hostes da equipa da casa, mas a capacidade de reação do Sp. Braga evitou a perda de pontos pela segunda jornada consecutiva e impôs a segunda derrota da época à turma de José Couceiro.

Com nove baixas a lamentar devido a lesão, o Sp. Braga registou quatro estreias. Matheus esterou-se no campeonato, Artur Jorge, filho da antiga glória do clube com o mesmo nome, estreou-se a titular na primeira equipa minhota e Alan e Stojiljkovic foram titulares pela primeira vez no campeonato. Para além das ausências anunciadas, Peseiro pensou na deslocação da próxima quinta-feira a Donetsk e deixou no banco Pedro Santos, a estrela da companhia.

Do lado sadino Couceiro fez apenas duas alterações em relação ao último jogo, voltando a fazer Varela alinhar na baliza e acrescentando Nuno Santos à manobra ofensiva do conjunto de Setúbal.

Clar(o)ividência sadina

Depois do empate com o Gent e da derrota na Luz, a receção ao V. Setúbal adivinhava-se como mais um teste difícil para um Sp. Braga, ainda a construir a sua identidade de acordo com as ideias de José Peseiro. O estatuto obriga a assumir descaradamente as despesas nestes jogos, falta arcaboiço à equipa para tal. Cenário quase ideal para um Setúbal que, apesar de ferido pela derrota caseira diante do Paços, está a rubricar um bom arranque de época com Couceiro de novo ao leme.

Do primeiro tempo sobra a tentativa ávida do Sp. Braga pegar no jogo e criar lances de perigo, ainda que com um rimo muito lento a deixar transparecer ainda mais a falta de ideias. Os sadinos entraram no jogo, deixaram os bracarenses subir no terreno e armaram depois saídas para o ataque com muito espaço pela frente para os seus dianteiros imprimir velocidade.

À passagem da meia hora de jogo a maior clarividência do V.Setúbal deu frutos, com os sadinos a chegar ao golo por intermédio de André Claro. Baiano intercetou um cruzamento de Nuno Santos contra Rosic, com o esférico a ficar à mercê do atacante setubalense. Um quarto de hora antes Nuno Claro tinha desperdiçado uma oportunidade de forma incrível, desta feita rematou forte e sem hipóteses para Matheus.

Reação guerreira

Se a vantagem se justificava para os pupilos de Couceiro ao intervalo, a entrada amorfa na segunda metade a contrastar com uns guerreiros galvanizados e já com Pedro Santos em campo inverteram completamente a tendência.

O Sp. Braga encostou os sadinos às cordas e bastaram treze minutos para limpara a imagem do primeiro tempo e operar a cambalhota no marcador. Alan empatou aos cinquenta minutos na transformação de uma grande penalidade em que Nuno Santos foi imprudente a derrubar Wilson Eduardo. O experiente capitão bateu Varela pela primeira vez e apenas oito minutos depois serviu Wilson Eduardo para o extremo assinar a reviravolta.

Entrada à guerreiros no segundo tempo, com uma amostra de bom futebol e boas combinações no setor mais adiantado galvanizaram o Braga. Seguiu-se uma reação natural dos sadinos, que ainda assim foi suficiente para voltar a fazer a Pedreira sentir tremor.

O apito final de Fábio Veríssimo confirmou o triunfo do Sp. Braga, que apesar de denotar claramente a necessidade de sofrer afinações, não deixa de seguir no quarto lugar. Triunfo importante antes da Liga Europa diante de um V.Setúbal que se deslumbrou com a vantagem ao intervalo e sai da Pedreira de mãos a abanar, mas com a sensação de que podia ter conquistado pontos.