Dez eram os “Paços” (percebam-se pontos) que separavam castores e cónegos à partida para a jornada e, da maior tranquilidade à aflição, saíram reforçadas ambas. Pela positiva para o Paços de Ferreira, que bateu a equipa de Ricardo Sá Pinto por 2-1 para chegar aos 33 pontos e ficar cada vez mais perto da permanência. Pela negativa o Moreirense, que volta a não somar, não tirando proveito do empate no Tondela-Arouca de véspera para sair da zona proibida.

Foram dois ensaios para a vitória. O Paços teve dois golos anulados, mas marcou a valer pouco depois. Um na primeira e outro na segunda.

Golos de Adrián Butzke e Zé Uilton, contra o de Yan Matheus, permitiram ao castor morder mais três pontos, para o melhor período da época na: quatro vitórias nas últimas cinco jornadas e apenas uma derrota, em casa, ante o FC Porto. O Moreirense continua em crise de resultados. Apenas uma vitória nas últimas dez jornadas. Apenas um ponto nos últimos 18 possíveis.

O desfecho do jogo, além dos golos, resulta de um duelo com mais Paços na primeira parte e de um necessário despertar do castor nos últimos 25 minutos, depois de uma grande entrada do Moreirense no reatamento, que tornou a segunda parte bem mais competitiva e equilibrada.

César Peixoto mexeu apenas uma peça em relação à vitória em Arouca, ao lançar – em cheio – a primeira titularidade do espanhol Adrián Butzke. O jovem de 22 anos, cedido pelo Granada, foi o primeiro a dar maior sinal de perigo, para uma grande defesa de Pasinato (22m) a negar o 1-0, já depois de uma boa ocasião de André Luís na cara de André Ferreira.

Seria o ensaio do ensaio, para a peça final do 1-0. Depois dessa oportunidade, o Paços viu um golo anulado a Nuno Santos com recurso ao vídeo-árbitro (28m), mas aos 39 minutos valeu mesmo: excelente desenho ofensivo, com Adrián Butzke a começar e a acabar. Baixou para dar apoio no meio-campo, soltou para Nuno Santos servir o cruzamento de Delgado e este encontrou o desvio do espanhol na área. Estreia a marcar.

O Moreirense, que poucas vezes conseguiu pegar no jogo face ao Paços, cresceu imenso após o intervalo. Sá Pinto trocou Ibrahima Camará por Gonçalo Franco e os minhotos surgiram – não só por essa alteração – mais vivos e ao ataque.

A ameaça já tinha surgido antes até que ao minuto 50, Yan Matheus recebeu de Gonçalo Franco, aproveitou o apoio de André Luís e rematou a contar após a tabela com o avançado: 1-1.

Só deu praticamente Moreirense até à hora de jogo. Até ao segundo golo anulado ao Paços, que seria novo ensaio para, mais tarde, valer. Na sequência de um canto do Moreirense, Uilton sprintou 70 metros e marcou, mas Hélder Malheiro voltou ao vídeo-árbitro para confirmar falta clara sobre Walterson.

Foi o tónico para um Paços que resgatou a vontade da primeira parte e equilibrou forças face a um Moreirense que nunca desistiu e que deixou em questão o resultado até final.

Um resultado que assentou no 2-1 ao minuto 70. Luiz Carlos cruzou, Gaitán cabeceou ao ferro e a bola sobrou para Uilton festejar de novo, mas desta vez com certeza para o resultado final.