A surfista brasileira, Maya Gabeira está de regresso a casa, mas antes, explicou como sobreviveu ao cair numa onda gigante na Nazaré.

«Apanhei uma onda grande, no terceiro ou no quarto impacto caí e quebrei o tornozelo. Mas subi bem, consciente. Só que, depois, veio outra onda. Foi quando fiquei muito tempo debaixo de água e não sabia onde estava exatamente. Só senti algo no meu peito, quando explodiu o meu colete de segurança, e fui para debaixo de água, muito fundo, com a visão preta», recordou.

«Tive um treino intenso e uma preparação para Nazaré. E sobretudo devido a esse treino variado, com especial destaque para a apneia, consegui estar a maior parte do tempo com tudo sob controle. Sem dúvida estou viva por isso. De alguma forma já me adaptei a ficar quatro minutos sem respirar. Levo um pouco mais a entrar num estádio avançado de défice de oxigénio», frisou. «De resto, devo tudo à minha equipa», disse a surfista.

«O colete sair é um problema. Depois de levar duas ondas na cabeça e estar sem colete, é difícil sobreviver», explicou ainda.

«As condições que enfrentámos talvez sejam das mais difíceis do mundo. Aqui o perigo nunca acaba. Mas valeu a pena, faria de novo. Não era a hora de eu ir. E vou voltar no próximo ano», garantiu.

Mesmo com o tornozelo fraturado, Maya, que é a recordista mundial feminina de ondas gigantes, com uma onda surfada na África do Sul, há quatro anos, de 13,7 metros, já pensa em voltar à competição. «Penso que vou ficar cerca de dois meses parada, mas se tudo correr bem, espero poder estar presente no início da temporada no Havai em janeiro».