Michael Phelps, o melhor atleta olímpico de sempre, vai voltar à competição. Mas já não é só isto de que se fala, claro. Confirmado o regresso do nadador norte-americano, praticamente todos julgaram por certo concluir que este será o primeiro passo para Phelps fazer a sua quinta olimpíada nos Jogos do Rio 2016.

O miúdo que abraçou a natação aos 7 anos por influência das duas irmãs e para escoar a sua energia é agora um homem de 28 anos – nascido a 30 de junho de 1985. É o atleta que mais medalhas ganhou nos Jogos Olímpicos, em geral; e, em particular, que mais medalhas de ouro ganhou também.

Aos 11 anos, Michael Phelps passou a ser treinado por Bob Bowman. Até ao presente. É Bowman quem dá uma explicação geral para este regresso. Uma explicação de quem o conhece de há muito. «Não estou muito surpreendido que quisesse competir a partir do momento em que começou a ficar em forma. Ele é assim», disse o treinador ao «AZCentral.com».

Phelps está retirado da competição desde os Jogos olímpicos de Londres 2012. Mas ainda em maio do ano passado mostrava a sua fibra, num quadro de uma escola, junto dos miúdos, junto de muitos que têm beneficiado da sua filantropia de atleta – daqueles atletas que estão entre os melhores de sempre.


O primeiro passo deste regresso foi dado no final do ano passado quando o nadador se submeteu ao programa antidoping dos Estados Unidos. Cumprido com sucesso este patamar. Phelps já pôde agora inscrever-se no Grande Prémio Arena de Mesa (no Arizona). Estes grandes prémios são um conjunto de seis eventos em que os nadadores dos EUA competem em provas de nível internacional e de onde costumam sair vários selecionados do país para as maiores competições mundiais.

No Grande Prémio de Mesa – entre 24 e 26 deste mês – Phelps vai competir nos 100 metros livres e nos 100 metros mariposa e está ainda a equacionar os 50 metros mariposa. Assim, a primeira seleção em vista para a equipa nacional dos EUA até pode ser a dos Mundiais de 2015, ou quem sabe, até mesmo para os Jogos do Pacífico, já neste ano.

Bob Bowman é cauteloso sobre qualquer conclusão antecipada. «Para ser sincero, não temos qualquer expectativa. Vamos simplesmente ver o que acontece. Não temos ideia de como irá correr. Provavelmente, vai correr bem. Vai ser bom regressar a um ambiente competitivo, testá-lo e tirar algum divertimento.»

As equipas nacionais dos EUA para as próximas provas serão definidas nos Campeonatos Nacionais em Agosto. E Bowman descarta por enquanto quer os Mundiais quer anda mais os Jogos «Ele não está a pensar para além de Mesa. Queremos apenas que ele entre numa competição e depois vê-se como corre.» 

E depois das medalhas?

Até Londres 2012, Michael Phelps ganhou 22 medalhas olímpicas e 18 foram de ouro. Nos Campenatos do Mundo conquistou 33 medalhas e 26 foram de ouro. O nadador norte-americano detém ainda três recordes do mundo individuais (mais quatro em estafetas) entre 39 que bateu. Em Pequim 2008, Phelps ganhou oito medalhas de ouro – um recorde absoluto. Participou em quatro olimpíadas: Londres 2012, Pequim 2008, Atenas 2004 e Sidney 2000 (onde não ganhou medalhas, mas se estreou com 15 anos).

Phelps retirou-se do desporto em 2012 como o melhor nadador de sempre, mas não parou de fazer valer o seu estatuto na filantropia. O nadador norte-americano já em 2008 tinha criado a Fundação Michael Phelps. Dois anos depois, a fundação, a escola de natação com o seu nome e a organização KidsHealth têm trabalhado num programa de apoio a crianças com a ênfase na natação para que cresçam saudáveis e com objetivos de vida definidos.

Tendo-se dedicado também ao golfe, a fundação de Michael Phelps organiza todos os anos uma torneio para angariação de fundos. Phelps nunca escondeu que queria dedicar-se mais ao trabalho filantrópico quando abandonou a competição. A sua ação não mudará, com certeza, como se tem visto associando-se a outras estrelas do desporto em favor das crianças.
 

O que pode mudar agora é o regresso de Michael Phelps aos grandes momentos desportivos para regozijo dos que também se dedicam ao desporto. E, enquanto se espera pelo regresso, não se podia deixar de referir – mesmo que resumido - o currículo do maior nadador de sempre:

Jogos Olímpicos (22 medalhas: 18 de ouro, 2 de prata, 2 de bronze):
200 metros livres: ouro (2008) e bronze (2004)
100 metros mariposa: ouro (2004, 2008 e 2012)
200 metros mariposa: ouro (2004 e 2008), prata (2012)
200 metros estilos: ouro (2004, 2008 e, 2012)
400 metros estilos: ouro (2004 e 2008)
Estafeta 4x100 metros livres: ouro (2008), prata (2012) e bronze (2004)
Estafeta 4x100 metros estilos: ouro (2004, 2008 e 2012)
Estafeta 4x200 metros livres: ouro (2004, 2008 e 2012)

Campeonatos do Mundo (33 medalhas: 26 de ouro, 6 de prata e 1 de bronze)
200 metros livres: ouro (2005 e 2007) e prata (2009 e 2011)
100 metros mariposa: ouro (2007, 2009 e 2011) e prata (2003 e 2005)
200 metros mariposa: ouro (2001, 2003, 2007, 2009 e 2011)
200 metros estilos: ouro (2003, 2005 e 2007) e prata (2011)
400 metros estilos: ouro (2003 e 2007)
Estafeta 4x100 metros livres: ouro (2005, 2007 e 2009) e bronze (2011)
Estafeta 4x200 metros livres: ouro (2005, 2007, 2009 e 2011) e prata (2003)
Estafeta 4x100 metros estilos: ouro (2003, 2005, 2009, 2011)

Recordes do mundo individuais:
100 metros mariposa: 49,82 segundos (01/08/2009)
200 metros mariposa: 1.51,51 minutos (29/07/2009)
400 metros estilos: 4.03,84 minutos (10/08/2008)