O Rio Ave deixou o Beira Mar na última posição da Liga, com um golo no derradeiro lance da partida (2-1). Desilusão tremenda entre os visitantes, evocando um par de factos com alguma razão: na primeira parte, o árbitro não permitiu que fosse batido um canto em cima da hora. Na segunda, decidiu de forma diferente. Canto de Ukra, golo de Albert Rodriguez, derrota para os aveirenses.

A formação vila-condense ganha argumentos na luta pela Europa, materializado a reviravolta na etapa complementar. Para o Beira Mar, a linha de água continua mais acima. A injustiça serviu-se fria. Os homens de Costinha mereciam o ponto.

Oportunidades soberanas para Rio Ave e Beira Mar. A equipa da casa à procura da Europa, tentando recuperar a desvantagem para o quinto classificado. Do outro lado, uma formação aveirense a fugir do último lugar, a um ponto da linha de água e sabendo que as quatro equipas à sua frente jogavam entre si.

Costinha contra Nuno Espírito Santo. Dois antigos colegas de equipa, jovens treinadores à procura do seu espaço na Liga. Foi mais feliz o antigo ministro, montando uma estratégia interessante e eficaz na etapa inicial do encontro.

Yazalde marcando às suas gentes

O Beira Mar apresentou-se em Vila do Conde com uma linha de três médios, mais dois homens a criar desequilíbrios pelo centro, nas costas do avançado. Seria Yazalde, de qualquer forma, a inaugurar a contagem.

A formação visitante entrou melhor, jogando a favor do vento, e chegou à vantagem ao minuto 24. Boa incursão de Nuno Lopes pelo flanco direito, cruzado bem medido e cabeceamento como mandam as regras de Yazalde. Logo ele, um antigo jogador do Rio Ave, comprometendo a campanha europeia dos vila-condenses.

Ukra desperdiçara uma ocasião clara pouco antes. O extremo entrara na área com velocidade impressionante, fugindo a Hélder Lopes, mas rematara em arco para fora. Foi o melhor que a equipa local conseguiu ao longo da etapa inicial.

Nuno Espírito Santo inventou um lateral face ao castigo de Edimar mas Wires não conseguiu impedir o cruzamento para o golo de Yazalde. Logo depois, viu-se forçado a abdicar de Lionn. Entrou André Vilas Boas, trinco adaptado a central, Marcelo a derivar para a direita. Confuso.

Os males do Rio Ave não se ficavam por aí. Bebé foi mesmo assobiado pelos adeptos já na reta final da primeira parte, após vários lances individuais sem sucesso. Seria substituído ao intervalo.

Reviravolta em cima da hora

Já com Diego Lopes em campo e Braga encostado a um flanco do ataque, a formação de Vila do Conde partiu para cima do adversárioo. Costinha mantinha o seu Beira Mar com miolo reforçado mas recuava no terreno de jogo.

Com uma hora de jogo, num lance em que o vento terá servido como aliado, Braga assinou um golo de antologia. Encostado à esquerda, fintou para dentro e, de fora da área, disparou. A bola saiu com uma força tremenda e só parou junto ao poste mais distante da baliza de Rui Rego.

O empate não chegava para o Rio Ave e soava a oportunidade perdida para o Beira Mar. Com o Olhanense a perder em Barcelos, a equipa de Aveiro esperava algo mais que alcançar a formação algarvia e partilhar o último lugar da Liga. Mais logo, entram em campo Académica e Moreirense.

Costinha arriscou, Nuno Espírito Santo fez o mesmo, últimos minutos com oportunidades para cada lado e golo em cima da hora. Aliás, segundos após a hora. Olegário Benquerença chegou a levar o apito à boca mas deixou Ukra bater ainda o canto. Bola na pequena área, golo de Albert Rodriguez. Festa em Vila do Conde com travo a injustiça.