A Académica ainda persegue a meta da manutenção e pode consegui-lo, este domingo, desde logo, se ganhar ao Paços de Ferreira, mas também por via do infortúnio de algum dos seus concorrente diretos. Mas isso é algo que Sérgio Conceição quer evitar a todo o custo.
«Matematicamente ainda não atingimos o objetivo e, mesmo que este já estivesse definido, seria sempre um jogo para ganhar. Somos todos profissionais e não há aqui quem não queira vencer. Sabemos que pode dar a permanência, e vamos encará-lo como um jogo decisivo, uma final para nós», garantiu, até porque as cautelas nunca fizeram mal a ninguém:
«Foi bom conseguirmos seis pontos em três jogos, dois golos marcados e apenas um sofrido, duas vitórias seguidas e sem sofrer golos. Está a correr bem, mas temos de dar continuidade. Enquanto tudo não estiver resolvido, as coisas podem ficar difíceis. O campeonato está supercompetitivo a todos os níveis. Vamos ter de estar sempre atentos.»
O jovem técnico não quer fazer mais contas, independentemente de ter pela frente um adversário a fazer uma grande época. «Vamos fazer tudo para não depender dos outros, vamos fazer a nossa própria história. A pressão é a normal para as duas equipas, cada uma com os seus objetivos. A motivação será igual, embora, além do F.C. Porto, esta semana, se calhar, o Paços seja a equipa mais motivada.»
A seu favor, Sérgio Conceição tem o facto de já ter defrontado os «castores» esta temporada por duas vezes, ao serviço do Olhanense: «Conheço-os bem. Empatámos 0-0 e, da segunda vez, para a Taça de Portugal, estivemos a ganhar até aos 70 minutos, mas perdemos 2-1 depois da tal expulsão do Targino. Penso que trabalhamos bem durante a semana para contrariar aquilo em que o Paços é forte.»
«Espetáculo para mim é ganhar»
O tema começa a ser recorrente nas conferências do treinador da Briosa. Ao assumir o comando da equipa numa altura crucial na luta pela manutenção, a margem para jogar com direito a nota artística era escassa, e, por isso, Conceição adotou uma postura o mais pragmática possível.
«Para disfrutar, prefiro, por exemplo, ir a um bom concerto. Espetáculo para mim é ganhar. Se jogarmos menos bem, pouco me importa. Claro que conseguir juntar os dois é fantástico, mas às vezes, até dá mais gosto assim, porque não é normal. Quando não se joga mal está-se mais perto de perder.»
Observador atento da «sua» Briosa, mesmo quando esteve noutros clubes, o jovem treinador conseguiu identificar imediatamente o que faltava à equipa e aquilo que precisava para melhorar. «Faltava um pouco de consistência defensiva, de coesão, foi isso que tentei incutir. Agora isso já está mais ou menos trabalhado», admitiu, mostrando-se ainda atento a outro detalhe:
«Também sei há quanto tempo a Académica não ganha três jogos consecutivos. Há 27 anos. Estou dentro da história porque sou sócio do clube e claro que é mais um objetivo para nos motivarmos amanhã, além do principal.»
Na contagem de espingardas para o encontro, e já se sabendo da indisponibilidade de Marinho (castigado), Carlos Saleiro e Afonso (ambos lesionados), há a juntar à lista de baixas o nome de Hélder Cabral, devido a problemas pessoais.
Já do lado oposto, Conceição não acredita numa equipa fragilizada. «Hurtado e Cícero? Se calhar, amanhã, jogam. Já vi tanta coisa no futebol... bluff? é possível que seja.»