Benfica em Sintra, FC Porto em Aveiro, Sporting em Vila Nova de Famalicão. São terras de oportunidades para os jogadores de 1º Dezembro, Gafanha e Famalicão, mas também para alguns dos futebolistas dos plantéis dos três grandes.

A Taça de Portugal permite aos clubes da Liga entrarem na 3ª Eliminatória a jogar contra equipas de divisões secundárias. Esse é um dos fatores a ter em conta na formação dos onzes titulares. O outro é o calendário: depois das seleções, antes de jornada europeia. Tudo aliado, a tendência é para que haja mexidas nos onzes de Benfica, FC Porto e Sporting.

O leão tem cinco jogadores por estrear: Beto, Meli, Castaignos, Paulo Oliveira e Douglas. Petrovic tem três minutos na Liga dos Campeões e Bruno Paulista completa o lote de jogadores com menos de 90 minutos feitos na temporada.

Curiosamente, Islam Slimani já não mora em Alvalade, mas tem mais minutos do que nove jogadores do plantel de Jorge Jesus.

Na época passada, o treinador leonino estreou quatro futebolistas na primeira eliminatória que o clube jogou na Taça de Portugal: Marcelo Boeck, Ewerton, Bruno Paulista e Tanaka, que foi suplente utilizado frente ao Vilafranquense.

Bruno Paulista (na foto), Ewerton, Boeck e Tanaka fizeram o 1º jogo em 2015/16 com o Vilafranquense, na Taça

Ou seja, Jesus não tem problemas em dar minutos a quem não os tem nesta primeira ronda de Taça. Matheus Pereira já tinha jogado, mas foi, a par de Ewerton, quem melhor aproveitou a ocasião: apontou dois golos e foi opção, ainda que a espaços, no resto de 2015/16.

O Sporting tem mais totalistas na temporada do que Benfica e FC Porto, embora tenha menos minutos. Coates, Patrício, Semedo e William fizeram todos os 810 minutos da época do leão.

A este aspeto junta-se o facto de aqueles quatro mais Gelson, Bryan Ruiz, Bas Dost, Markovic e Joel Campbell terem estado nas seleções.

Só o sérvio não ganhou minutos na jornada internacional, mas são nove futebolistas em viagens, mais do que os sete do Benfica e os seis do FC Porto. Ou seja, Jesus deve dar descanso a alguns dos mais utilizados. O caso mais óbvio parece o de Coates. O uruguaio jogou na última noite na Colômbia e é totalista, William já leva muitos minutos também, apesar de ter feito apenas um dos jogos por Portugal.

Obviamente, e para além do objetivo de vencer, não serão apenas os minutos a determinar a equipa inicial. Se entrassem os onze menos utilizados, o Sporting apresentar-se-ia sem um lateral-direito de origem e um central, enquanto o meio-campo estaria sobrepovoado.

Os 11 menos utilizados no plantel atual são: Beto, Douglas, Jefferson, Markovic, Meli, Bruno Paulista, Petrovic, Elias, Campbell, Castaignos e André.

Nuno Espírito Santo não estava no Dragão há um ano, mas até pela experiência como ex-jogador do clube deverá manter uma tradição que o próprio experimentou: a baliza muda de dono.

Helton só jogou na Taça de Portugal em 2015/16, cuja primeira eliminatória com o FC Porto viu apenas mais uma estreia nos azuis e brancos: Lichnovsky. Ainda assim, Evandro foi titular pela primeira vez com o Varzim e Alberto Bueno também. Aliás, o espanhol foi uma reestreia, pois tinha apenas três minutos frente ao Arouca.

Como é do conhecimento geral, o FC Porto tem mais jogos do que os rivais. Por isso, quatro jogadores acima em minutos em relação ao totalista do Benfica e sete estão com mais tempo do que os quatro totalistas do Sporting.

Felipe e Casillas jogaram os 990 minutos, José Sá, João Carlos Teixeira e Chidozie não têm um único (no plantel principal no caso do nigeriano).

Lopetegui lançou em estreia Helton e Lichnovsky e Evandro e Bueno foram pela primeira vez titulares em 2015/16 frente ao Varzim, na Taça de Portugal

André Silva está num grande momento de forma, é o terceiro mais utilizado do plantel e jogou pela seleção. Vem aí a Liga dos Campeões e uma deslocação à Bélgica. O ponta de lança pode ser poupado.

Quanto a outros internacionais, Danilo (não jogou) e Óliver são os únicos que entram nos 11 mais utilizados por Nuno. Rúben Neves, Diogo Jota e Brahimi estiveram ao serviço dos sub-21 portugueses e a da Argélia, mas com 203, 149 e 100 minutos são fortes candidatos à titularidade.

Há, porém, um dado a ter em conta. Os mexicanos ficaram pela Invicta e poderão estar a necessitar de reativar-se: se na lateral Layún poderá mesmo ter de jogar, Herrera ocuparia um lugar no meio e Corona poderá levar ao banco Brahimi ou Jota.

Nuno deverá fazer alterações em todos os setores e, assim sendo, Boly deve juntar minutos aos 90 que tem, enquanto Sérgio Oliveira, Varela e Evandro já se estrearam mas têm de acumulado 54, 45 e 6 minutos.

Por fim, o Benfica.

Na época passada, Mehdi Carcela foi o jogador que melhor aproveitou a eliminatória de Taça. Pela primeira vez titular, marcou um golo ao Vianense. Rui Vitória estreou apenas um jogador: João Teixeira, que começou no banco nesse dia e hoje está no Wolverhampton.

Na Luz, Grimaldo é o único totalista. Isso faz de Eliseu um dos que ainda não jogaram. Os outros são Paulo Lopes e Danilo.

Ao contrário de Jesus e do que é habitual no FC Porto, Rui Vitória não trocou de guarda-redes frente ao Vianense. Júlio César era o titular e assim continuou.

Carcela estreou-se a titular e com um golo frente ao Vianense; Nuno Santos também entrou no onze pela primeira vez e João Teixeira fez os primeiros minutos pela equipa principal da águia na Taça de Portugal

Aliás, o técnico rodou, mas o suplente: deixou de ser Éderson nesse dia e foi Paulo Lopes. Agora, Vitória tem uma política de rotatividade na baliza, falta saber se ela se estende ao terceiro da hierarquia, dependendo da disponibilidade dos guarda-redes, também.

O cenário na Luz está, obviamente, condicionado pelo surto de lesões dentro da equipa. A utilização de jogadores frente ao 1º Dezembro pode passar por dar minutos àqueles que estão recuperados, mas sem competitividade.

Há 12 elementos abaixo dos 180 minutos (dois jogos), três com os tais zero e depois: Jonas, Jimenez, André Almeida, Jardel, Samaris, Rafa, Celis, Zé Gomes e Zivkovic. Só Celis e Zé Gomes não passaram por lesão.

No que respeita ao calendário internacional, seis estiveram nas seleções: Nelson Semedo, Pizzi, Lindelof, Fejsa, Guedes e Mitroglou (ainda Zé Gomes que esteve no sub-19). Só os dois primeiros não atuaram.

Um aspeto a ter em conta, porém, é o facto de o Benfica ter ido ao Brasil disputar um particular com o Santos. Ou seja, se no caso do FC Porto, quando se falou dos mexicanos, se sublinhou a ausência de competição, no Benfica aconteceu o oposto.

Uma curiosidade, porém, quando se olha para os onze mais utilizados do Benfica. Nota-se que falta apenas um jogador de raiz numa posição: extremo-esquerdo. De resto, facilmente se chega ao onze base dos encarnados, com Pizzi a ser o adaptado ao lugar.