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25 de Abril: jogadores com mais direitos, mas com contratos paralelos (II)

25 de Abril: jogadores com mais direitos, mas com contratos paralelos

Falta de equilíbrioA definição dos direitos dos jogadores na relação laboral estabelecida com os clubes, exacerbou, porém as liberdades dadas aos futebolistas, como reconheceu ao Maisfutebol António Simões, na época, jogador do Benfica, membro do Sindicato dos Jogadores e um dos maiores defensores dos direitos dos futebolistas [ver artigos relacionados] nesta disputa entre classes laborais e patronais: «Houve quase uma passagem de oito para 80. Antes [do 25 de Abril de 1974], não tínhamos direitos nenhuns; depois, passámos a ter todos. Houve alguma falta de equilíbrio, com toda a sinceridade.» Esse equilíbrio «levou alguns anos» a ser encontrado, assumindo Simões que só terá acontecido em «finais de 70, princípios de 80». «[Após Revolução de Abril] ninguém tinha grande experiência destas coisas, havia alguma imaturidade e vivia-se um período revolucionário, com conflitos de interesses. Levou pelo menos entre quatro a seis anos até encontrarmos o equilíbrio para se funcionar com maior tranquilidade», recordou o antigo futebolista, explicando essa relação entre tempo e conflito de interesses: «As pessoas habituam-se a ter todo o poder e, depois, para mudar isso, leva o seu tempo. Foi o que aconteceu.» Dois, três, quatro, cinco contratosFernando Tomé, antigo jogador do Sporting daquelas épocas, reconheceu também os prós e os contras da Revolução no futebol português: «Por um lado, houve algumas coisas boas, como a abolição do direito de opção; por outro, nem tanto, porque começaram a existir os contratos paralelos.» «Os jogadores assinavam dois e três contratos. Houve quem assinasse quatro e cinco... Era quem desse mais... Depois, teve de se fazer legislação para evitar essas confusões todas», recordou para o Maisfutebol. «Não houve uma acompanhamento da evolução da democracia que nos controlasse. Eu também era jogador de futebol e também não posso fugir à questão: todos nós nos aproveitámos da situação para fazermos coisas que não deveríamos ter feito. Conseguimos um objectivo importante na profissão, que foi não ficarmos debaixo da alçada dos clubes durante os anos que eles bem entendiam; mas tivemos uma certa liberdade que, depois, foi de tal ordem que a desfizemos. E a prova é que, após arbitrariedades de tais, hoje em dia, passados 30 anos, quase todos os clubes estão a sofrer na pele», contou Fernando Tomé.

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