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25 de Abril: quando Vitorino Bastos «atravessou» o fogo cruzado

25 de Abril: quando Vitorino Bastos «atravessou» o fogo cruzado

Em Março de 1975, o Movimento das Forças Armadas (MFA) teve divisões entre os seus oficiais e a chamada ala spinolista tentou um golpe de Estado através de uma insurreição na Base Aérea de Tancos e de um ataque por ar ao Quartel do RAL1. Esse movimento foi travado pela intervenção do Comando Operacional do Continente (COPCON) chefiado por Otelo Saraiva de Carvalho, que pôs termo a esta insurreição e levou à fuga do general Spínola e outros oficiais para Espanha. Vitorino Bastos, pelo seu lado, ainda não tinha iniciado a sua aventura espanhola, quando se transferiu do Sporting para o Saragoça (entre 1974/75 e 1977/78), e foi uma testemunha ocular do que se passou em Lisboa no período pós-Revolução de Abril de 74. «Antes de ir para Espanha, quando foi essa história do Ralis, fui com o Chico Faria a Moscavide (eu não tinha carro) a casa dos meus pais. E precisamente na altura em que íamos a passar no Ralis vejo um helicóptero a invadir [o quartel], disparou (ainda houve um morto) enquanto estavam os homens da Marinha escondidos para invadirem o quartel», contou Vitorino Bastos ao Maisfutebol. E continuou na recordação de «uma coisa totalmente caricata». «Eram portugueses contra portugueses, era a Marinha a Força Aérea; uma coisa terrível. E vimos os disparos no carro quando o helicóptero estava a sobrevoar o Ralis. Eu digo ao Chico É melhor irmos embora se não ainda nos acerta alguma bala!», recordou o defesa leonino com a boa disposição de quem, passados quase trinta anos, pode contar descansado uma situação difícil pela qual passou. Vitorino Bastos lembra-se desses tempo como «complicado», pois fez-se uma revolução «em que as pessoas andavam às cabeçadas umas às outras». «Está-se no Ralis e vem o Exército, a Marinha a Força Aérea. Depois, os oficiais abraçavam-se uns aos outros a chorar e a dizer Mas quem é que vos mandou para aqui? O que é que estamos aqui a fazer? ou O que é que vocês estão aqui a fazer?», descreveu Vitorino Bastos sobre um episódio que nada tinha a ver com o «paraíso» que, pouco tempo depois foi encontrar em Saragoça.

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