Já fez LIKE no MaisFutebol?
FC Porto  |  

A estória: quando Pedroto foi proibido de entrar nas Antas

Benfica-F.C. Porto, 0-0 (68/69)

Nuno Travassos

Os dias que antecederam o jogo com o Benfica, que acabou por decidir o título, foram de rebelião no F.C. Porto. O encontro da Luz acabou por não ter José Maria Pedroto no banco, substituído poucos dias antes pelo adjunto António Morais, que se estreou no clássico com um empate que entregou o título ao rival de Lisboa. Na base da saída do treinador esteve a incompatibilidade entre Pedroto e o plantel. Sempre com a cobertura do presidente Afonso Pinto de Magalhães, que acabou por despedir o técnico. Há muito que os jogadores do F.C. Porto não achavam piada ao estilo disciplinador do treinador. No final de um jogo na Luz, terminado em derrota por 0-3 em jogo da Taça de Portugal, Pedroto obrigou todos os seus pupilos a permanecerem em estágio, no Lar do Jogador e em regime de clausura, até ao jogo seguinte. Custódio Pinto, Américo, Gomes e Alberto desobedeceram, porque não podiam deixar os negócios ao abandono. Pouco tempo depois, o presidente chamou os líderes da rebelião para um jantar íntimo. O pedido de demissão não aceite pelo prazer de poder demitirAo todo participaram no repasto com Pinto de Magalhães dezasseis atletas. No final do jantar, quando chegaram ao Lar do Jogador, o adjunto Morais manda os atletas para a cama, porque já eram horas disso, ordem que Atraca não aceitou, dizendo que ainda não tinha feito a digestão e que se o adjunto quisesse podia ir fazer queixa ao presidente. Pinto de Magalhães, colocou-se ao lado do jogador, dizendo que ele tinha jantado tarde. Pedroto achou que aquele desrespeito era a gota de água e apresentou a demissão. O presidente não a aceitou, mas acabou por despedir o treinador poucos dias depois. Pedroto achou que a recusa em aceitar o pedido de demissão foi só para ter o prazer de o demitir depois. António Morais é promovido a treinador, cargo que aceita com reservas. No final do jogo da Luz, por exemplo, não resiste a dizer aos jornalistas que a equipa sentiu a falta de Pedroto. Certo é que Pinto de Magalhães não queria o treinador de volta às Antas. Convocou então os sócios portistas e garantiu-lhes que tinha demitido Pedroto porque ele era perturbado, falou de uma carta colectiva de todo o plantel envidada à Direcção a pedir a saída do treinador e pediu a solidariedade dos adeptos. Os associados responderam de pronto ao pedido e aprovaram uma moção que impedia Pedroto de entrar, como funcionário, nas instalações do clube sem autorização da Assembleia Geral. Mal imaginavam eles que aquele homem ainda lhes daria o título que quebrou um jejum de 19 anos e ainda lançaria as sementes de um F.C. Porto vencedor.

PUB

VÍDEO MAIS VISTO

Veja Mais

Últimas Notícias

APP MAISFUTEBOL

O MAISFUTEBOL na palma da sua mão!

Não falhe um golo, uma transferência ou uma notícia com a nossa aplicação GRATUITA para smartphone!