De Lomu a Ghiggia, as novas estrelas que agora brilham no céu
2015 começou com a terrível notícia da morte de Junior Malanda, aos 21 anos. Por cá partiram Manoel, Mascarenhas e Lucas. O Maisfutebol não os esquece
O ano de 2014 ficou marcado pelos desaparecimentos de alguns dos melhores jogadores da história do futebol: Eusébio, Mário Coluna e Alfredo Di Stéfano despediram-se do mundo dos vivos e deixaram o futebol mais pobre. Neste ano que agora chega ao fim, foram os amantes do râguebi quem viram partir uma das suas maiores estrelas. Talvez a maior delas todas: Jonah Lomu. O neozelandês, considerado a maior força da natureza da história do râguebi, resistiu a quase tudo. Às placagens dos adversários e, durante muitos anos, a uma doença nos rins diagnosticada em 1996 e que o foi consumindo até 18 de novembro, aos 40 anos.
Deixa para trás um legado impar. Apesar de não ter estado em nenhum dos três mundiais conquistados pela Nova Zelândia (1987, 2011 e 2015), está ligado a uma das páginas mais belas da história do desporto em geral: a célebre final do Campeonato do Mundo contra a África do Sul, em que Nelson Mandela conseguiu unir em torno do râguebi uma nação fraturada por décadas de apartheid. Os All Blacks perderam com a seleção sul-africana mas lá no fundo, nas entranhas da profunda desilusão que representa perder uma final, Lomu sabia que aquele jogo representava muito mais do que um título. «Teria dado o meu braço direito para pôr as mãos naquele troféu. Mas com o passar do tempo as pessoas recordam-se de como o râguebi mudou uma nação», reconheceu anos depois.
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Depois de Eusébio e de Di Stéfano em 2014, o Mundo perdeu mais um Bola de Ouro em 2015. A 29 de junho morria Josef Masopust, aos 84 anos. Considerado um dos melhores futebolistas checos de todos os tempos, venceu a Bola de Ouro em 1962, ano em que superou o «Pantera Negra» na corrida ao galardão máximo individual do futebol europeu. Nesse mesmo ano, ajudou a então Checoslováquia a chegar à final do Mundial de futebol, no Chile, onde a seleção europeia acabou por cair aos pés do Brasil de Pelé, Garrincha e Vavá.
Alcides Ghiggia, o uruguaio que destroçou as almas de quase 200 mil brasileiros em pleno Maracanã ao decidir a final do Mundial de 1950 com o célebre golo a Barbosa, partiu aos 88 anos: foi a 16 de julho, precisamente o dia do 65.º aniversário do tal jogo que ficou conhecido como «Maracanazo».
Depois da derrota no Mundial que organizou, o Brasil precisou de esperar mais oito anos para conquistar o primeiro de cinco campeonatos do mundo. Entre nomes como Pelé e Garrincha estava José Ely de Miranda (Zito), que voltaria a ajudar o «escrete» a ganhar o segundo Mundial quatro anos depois. Foi considerado um dos melhores jogadores da história do Santos, clube ao qual se manteve fiel durante toda a carreira enquanto futebolista e até depois - foi ele quem indicou Neymar ao clube do estado de São Paulo, por exemplo. Zito morreu a 14 de junho, aos 82 anos. Por cá, o adeus a Manoel, avançado brasileiro que vestiu a camisola do Sporting entre 1975 e 1981 e que ainda hoje é tema de conversa pelos três golos que apontou ao Benfica num dérbi a contar para a Taça de Portugal em 1977: morreu no dia 17 de outubro aos 62 anos, dois meses depois de o universo sportinguista ter-se despedido de outra velha glória. Domingos António da Silva, mais conhecido por Mascarenhas, avançado que passou pelos leões entre 1962 e 1965. O corolário da passagem por Alvalade aconteceu em 1963/64, época em que os leões venceram a Taça das Taças, até hoje o único troféu oficial conquistado pelo clube além-fronteiras. Mascarenhas foi o melhor marcador da prova, com um total de onze golos, seis dos quais na goleada por 16-1 ao Apoel Nicosia, no jogo com o resultado mais desnivelado em mais de 60 anos de história das competições europeias. Morreu a 25 de agosto: tinha 78 anos…
Todos eles mereciam, acrescentamos. Em nome do desporto, obrigado!
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