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Análise  |  

FOTOS: de A a Z, o que fica da Liga mais longa de sempre

O campeonato que devolveu o FC Porto ao lugar mais ambicionado do futebol português

Caiu o pano sobre o campeonato 2019/20, o mais longo de sempre. O FC Porto é o novo campeão nacional, o Benfica disputará o acesso à Liga dos Campeões, o Sp. Braga assegurou a fase de grupos da Liga Europa, o Sporting e o Rio Ave tentarão imitar os Guerreiros do Minho.  Houve surpresas boas (Famalicão acima de todos, mas também Moreirense, Santa Clara e Gil Vicente) e enormes desilusões. O Desportivo das Aves e o Portimonense subiram lado a lado em 2017 e desceram também juntos em 2020. Os algarvios não capitalizaram o bom plantel que tinham e nem a excelente reação no pós-retoma lhes valeu. O Aves... foi um filme triste e à parte nesta época desportiva. O Maisfutebol vai de A a Z e recorda-lhe o que ficou deste campeonato. Acompanhe os textos percorrendo a GALERIA DE FOTOS associada. ALEX Telles. Anos a fio, Branco povoou o imaginário portista. Lateral esquerdo, pé canhão, internacional brasileiro, melhor dragão de sempre na posição. 25 anos depois, um compatriota chegou e removeu-o gentilmente do púlpito. Telles já tem mais anos, mais jogos, mais assistências e mais golos. Na Liga 19/20 marcou 11, o segundo melhor do FC Porto nesse item.

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BRUNOS, Fernandes e Lage. O campeonato arrancou com o médio e o treinador separados pela Segunda Circular e acabou sem nenhum deles. O primeiro saiu em janeiro para o Manchester United, onde está a provar a sua excelência. Deixou 17 jogos e 8 golos em Alvalade. O segundo perdeu em 2020 o estado de graça adquirido no ano anterior e foi despedido no início de julho.

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CAMPEÃO. 29º campeonato nacional do FC Porto, o segundo nos últimos três anos ou, se preferirem, o quinto nos últimos dez – vamos mais longe? O 25º depois do 25 de abril de 74 (os adversários, juntos, somam 22 no Portugal democrático). 82 pontos chegaram para recuperar o troféu mais desejado pelos clubes portugueses. Na época passada, 85 só deram para o segundo lugar.

DÍAZ, Luis. 23 anos, primeira temporada na Europa, 29 jogos (20 a titular) e seis golos a deixarem água na boca para os próximos tempos de dragão ao peito. Bom malandro, corajoso, um egoísta saudável à procura do equilíbrio e da regularidade. O FC Porto acertou em cheio.

EDWARDS, Marcus. Em Guimarães o sétimo lugar só pode significar frustração e tristeza. O plantel e o treinador prometiam mais mundos, mais e melhores resultados. Salvaram-se Tapsoba (vendido em janeiro ao Bayer Leverkusen) e este menino inglês de inacreditável qualidade. Baixinho, driblador nato, sete golos em 23 jogos. Quem o vai agarrar?

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FAMALICÃO. 25 anos de espera pela primeira divisão deram ao Fama a sua melhor equipa de sempre. Gentileza de um investidor israelita (Idan Ofer) e dos operacionais «experts» em futebol. O diretor-geral Miguel Ribeiro e o treinador João Pedro Sousa são as faces visíveis de um projeto ambicioso, surpreendente e ainda com muito para andar. A Europa ficou a um ponto.

GIL VICENTE. Uma folha em branco, um treinador sabedor, um clube estável. E assim, do zero, os galos partiram para uma temporada tranquila, quase sempre longe dos lugares de aflição. 43 pontos, lado a lado com Santa Clara e Moreirense no oitavo lugar. Bravo, Vítor Oliveira!

HELTON Leite. O Boavistão ainda não existe, mas o emblema axadrezado já ameaça aproximar-se dos lugares que historicamente lhe pertencem. Em 19/20 teve a guardar a baliza um dos melhores guarda-redes do campeonato, cujo futuro passará pelo Estádio da Luz.

IRÃO vs IRAQUE. O futebol moderno é isto. Globalização, duvidosas lógicas de mercado, apostas em futebolistas de origens exóticas, busca atrás de busca por mais uma pérola. Pela primeira vez tivemos ao mesmo tempo atletas iranianos e iraquianos. Amir (Marítimo), Mohammadi (Aves) e, sobretudo, Taremi (Rio Ave) de um lado, Mohanad «Mimi» Ali (Portimonense). Osama Rashid (Santa Clara) também nasceu no Iraque, mas tem nacionalidade holandesa.

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JESUS Corona. A prova de que os números são incapazes de espelhar a realidade em todo o esplendor. 14 assistências e quatro golos não refletem o brilhantismo deste génio mexicano, quinta temporada no FC Porto. Foi, provavelmente, o melhor jogador do campeonato e, isso sim, diz quase tudo sobre o que foi Tecatito no campeonato 19/20.

LITO Vidigal. Abandonou o Boavista quando a direção e os adeptos se fartaram do seu estilo calculista e abrutalhado. Esse «atacar com cuidado e defender com muitos» foi atracar nas margens do Sado e, goste-se ou não, foi importante para a sobrevivência do Vitória Futebol Clube. Quatro pontos em quatro jogos, à moda de Lito. Suficiente.

MAREGA, Moussa. Ficou longe dos 22 golos marcados em 17/18, mas continuou a ser o avançado preferido do treinador campeão. Jamais será um jogador unânime. Pelo estilo, pelo temperamento impulsivo, por parecer sempre desconfortável quando a bola lhe toca o pé direito. Viveu em Guimarães uma noite marcante, uma noite que colocou todo o Portugal a discutir o racismo, esse maldito vírus pejado de estupidez.

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NATXO González. Missão cumprida em Tondela. Não sem o sofrimento costumeiro por aquelas bandas. A vitória em Moreira de Cónegos garantiu pelo menos mais um ano no escalão maior, o sexto consecutivo para o emblema do distrito de Viseu. O Académico, historicamente o emblema mais representativo da região, só tem quatro presenças na I divisão.

ODYSSEAS Vlachodimos. Passou o verão de 2019 a ler nomes de outros guarda-redes com chegada prometida à Luz. Quem não se lembra da novela-Perin, por exemplo? O internacional grego não acusou a pressão e o atestado de desconfiança. Foi, de resto, um dos poucos atletas do Benfica a não baixar o nível qualitativo em relação à temporada da Reconquista.

PANDEMIA. O mundo mudou em março e parou o futebol profissional em toda a Europa. Portugal esteve três meses sem campeonato e com a população parcialmente confinada, à espera de melhores notícias. A Liga 19/20 foi a mais longa de sempre, 352 dias de duração. Arrancou a 9 de agosto de 2019 em Portimão e terminou a 26 de julho de 2020.

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QUARESMA, Eduardo. Pontos positivos na temporada do Sporting? A boa resposta de alguns jovens da formação na equipa principal. Max na baliza, Nuno Mendes, Jovane, Matheus Nunes e, quiçá o mais convincente de todos, Eduardo Quaresma. O central não engana, apesar da noite negativa no Dragão. Inteligente, sólido, muito equilibrado. Para seguir.

RIO AVE. As ideias de Carlos Carvalhal foram acolhidas com encanto nos Arcos. O prémio final é mais do que justo e recoloca a Caravela vilacondense nas competições europeias. Bom futebol, convicções fortes e nomes valorizados, incluindo o do treinador. Um quinto lugar com direito à melhor pontuação de sempre na história do clube.

SÉRGIO Conceição. Três anos no comando técnico do FC Porto, dois campeonatos nacionais para o museu azul e branco. Isto, é importante lembrar, num período em que as finanças da SAD azul e branca andaram sempre em zonas perigosas. Genuíno, polémico, apaixonado, um treinador que veste todos os dias o ADN do dragão. Uma marca de liderança muito forte, um balneário contagiado pelos valores e a exigência de um treinador.

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TAREMI, Mehdi. Primeira experiência no futebol, 28 anos e tanto talento. Executante de primeiro nível, avançado fino e lúcido. 21 golos no total da época com o Rio Ave, 18 no campeonato português. Tem mais um ano de ligação aos vilacondenses, mas o presidente Silva Campos já admitiu que vai ser impossível segurá-lo. Para onde vai o iraniano silencioso?

UROS Racic. Emprestado pelo Valência ao Famalicão, o gigante sérvio agarrou um lugar no meio-campo e terminou a temporada no radar de grandes clubes. Fala-se do FC Porto, fala-se de um regresso a Espanha, fala-se de um médio poderoso, com bons pés e um excelente pontapé. Uma das revelações do campeonato 19/20.

VINÍCIUS, Carlos. Viveu uma fase de inspiração de outubro a fevereiro. Marcou dois golos no Dragão e depois desapareceu. Chegou a perder a titularidade, mas ainda foi a tempo de ser o melhor marcador do campeonato nacional. O golo ao Sporting, nos últimos minutos da última jornada, entregou a Vinícius a Bota de Prata. O balanço acaba por ser muito positivo.

XISTRA, Carlos. O árbitro despediu-se dos relvados no FC Porto-Moreirense, em lágrimas e com palavras dedicadas à família e amigos. Jorge Sousa fez o mesmo no Sp. Braga-FC Porto. Duas despedidas que nos relembram que a carreira de árbitro é feita de sacrifícios, de muitos baixos e poucos altos. Acima de tudo, de muita incompreensão, não fosse a equipa de arbitragem a única sem adeptos.

ZHAO, Wei. O proprietário da SAD do Desportivo das Aves, e a sua inefável acionista Estrela Costa, simbolizam o pior que existe no futebol português. Salários em atraso, intenções pouco claras, suspeição atrás de suspeição, investigações a contratos lesivos e empréstimos encapotados. Tudo feio, tudo incompreensível, tudo gerido e anunciado num estranho conformismo, como se os interesses do próprio Aves fossem os menos importantes.

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