Chelsea: o «upgrade» adequado, sem perder a essência
Um ataque cirúrgico ao mercado espanhol trouxe evidentes melhorias à equipa de José Mourinho
Ponto forte: a essência continua láEste Chelsea tem mais soluções, tanto na escolha dos jogadores como da estratégia a adotar, mas a essência continua a ser a mesma: uma equipa coesa, a privilegiar a boa organização defensiva e a cometer poucos erros, esperando que seja o adversário a cometê-los para chegar ao objetivo, sempre à espreita do contra-ataque.
Ponto fraco: centrais permeáveis pelo chãoCahill e Terry são jogadores consagrados, mas que não fogem muito a um típico padrão inglês que se costuma dar mal com o futebol português. É certo que o ponta de lança do Sporting (Slimani) não é português, e o seu ponto forte até é o mesmo que o dos centrais do Chelsea – o jogo aéreo -, mas a capacidade técnica da equipa leonina podia criar dificuldades a esta dupla.
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A figura: Diego CostaTeve impacto imediato na equipa do Chelsea, com um recorde de sete golos nas primeiras quatro jornadas da Premier League, sendo que entretanto chegou aos oito golos em seis jogos, frente ao Aston Villa. É um avançado com o perfil certo para o Chelsea de José Mourinho: agressivo, combativo, possante e eficaz, tanto em contra-ataque como em ataque organizado. José Mourinho tem procurado gerir alguns problemas físicos do avançado, que não foi titular na primeira jornada da Liga dos Campeões, mas esse empate caseiro com o Schalke pode fazer também com que Diego Costa seja titular em Alvalade.
Onze base:
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COURTOIS: regressou do empréstimo ao Atlético de Madrid para roubar a titularidade a Petr Cech, e tem estado à altura dessa responsabilidade, confirmando que é, nesta altura, o mais próximo rival de Manuel Neuer na luta pelo estatuto de melhor guarda-redes do mundo.
IVANOVIC: com a saída de David Luiz e a entrada de Filipe Luis seria de esperar que jogasse com maior regularidade no eixo da defesa, mas Mourinho conserva-o como lateral direito. Verdade seja dita, há poucos jogadores que, nessa posição, sejam tão completos quanto o sérvio, muito sólido a defender e depois com elevada influência na manobra ofensiva da equipa.
CAHILL: é o melhor central inglês, o que não deixa de ser um elogio, sem esconder que são limitadas as opções do país para essa posição. A sua velocidade é importante para as «dobras» a Terry e também a Ivanovic, que sobe bastante no terreno. Esteve em todos os minutos de jogo do Chelsea esta época.
TERRY: aos 33 anos já não tem a mesma segurança em campo, mas ainda assim José Mourinho continua a não prescindir dele no «onze». Só falhou o jogo da Taça da Liga com o Bolton.
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AZPILICUETA: esperava-se que passasse para o lado direito com a contratação de Filipe Luis, mas continua adaptado à esquerda. É um jogador muito fiável defensivamente, mas ofensivamente o contributo é muito limitado, até por não ser canhoto. A polivalência faz também com que seja o outro (para além de Cahill) totalista de José Mourinho.
MATIC: o ex-benfiquista é outro dos elementos de que Mourinho não prescinde. É o pilar do meio-campo, o elemento mais fixo do «duplo pivot», embora sem perder a capacidade para exercer pressão num raio de ação algo abrangente.
FÀBREGAS: tem jogado a «10» mas também mais recuado, ao lado de Matic, e sempre com a qualidade que lhe é reconhecida. A sua entrada no Chelsea veio melhorar muito a capacidade da equipa para gerir a posse de bola, sem esquecer a fantástica habilidade no último passe: em oito jogos tem cinco assistências.
WILLIAN: ocasionalmente funciona como «10» assumido, na zona central do terreno, e isso pode acontecer em Alvalade, dada a ausência de Ramires, mas Mourinho aposta mais no brasileiro a partir da ala. Defensivamente ajuda Ivanovic a fechar o lado direito da defesa, fiel à exigência do treinador, e a atacar aparece em zona central, tanto a pegar no jogo em zonas recuadas como a procurar desequilíbrios entre os médios e os centrais contrários.
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ÓSCAR: a qualidade técnica é indiscutível, mas falta-lhe «levantar a voz» em campo, soltar-se da timidez para assumir a condução do jogo. Titular em cinco jogos, conseguiu até ao momento dois golos e uma assistência. A nível defensivo falta-lhe também alguma agressividade.
HAZARD: dizer que tem estado um pouco mais discreto do que é habitual é dizer que, ainda assim, tem um golo marcado e duas assistências, e que é um jogador muito difícil de parar. Na linha ou no centro o inquietante jogo de pés permite serpentear entre defesas e criar situações de perigo, seja em situação de contra-ataque ou com o adversário bem fechado na defensiva.
Outras opções: Caso Diego Costa volte a ficar no banco, José Mourinho tem Drogba e Rémy como alternativas para o lugar do internacional espanhol. Frente ao Schalke a escolha recaiu no marfinense, que embora não tenha a pujança física de outros tempos continua a ser um jogador que sabe movimentar-se como poucos. Drogba ainda procura o primeiro golo neste regresso ao Chelsea, enquanto que Rémy já tem um golo e uma assistência. Mais móvel, o francês substituiu Diego Costa frente ao Aston Villa. Tendo em conta a rotatividade que José Mourinho aplica com certas unidades, não será também de estranhar se Schürrle aparecer de início frente ao Sporting. Ao contrário de Willian ou Ramires (lesionado), que funcionam como falsos extremos, aparecendo muito em zonas interiores, o alemão é um jogador mais vertical, apontado à baliza contrária (já apontou dois golos). Menos provável será a titularidade de Salah, que só foi titular no jogo da Taça da Liga, o único em que Mourinho prescindiu de Hazard. Na zona central, e com Ramires lesionado, Matic deve ter a companhia de Fàbregas em terrenos mais recuados. Obi Mikel só foi titular no tal jogo da Taça da Liga, mas em todo o caso tem correspondido sempre que é lançado. A confirmar-se que Fàbregas joga mais recuado, a posição de médio ofensivo será entregue a Óscar ou Willian, embora possam jogar os dois (um pela direita). No setor defensivo o quarteto titular parece claramente definido, mas José Mourinho pode recorrer novamente a Filipe Luis (ex-At. Madrid) para o lado esquerdo da defesa, tal como aconteceu frente ao Schalke. Menos provável será a titularidade de Zouma no eixo da defesa de uma equipa que ainda se dá ao luxo de ter um guarda-redes como Petr Cech como suplente.
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Análise detalhada:Um «ataque cirúrgico» ao mercado espanhol tornou o Chelsea um adversário bem mais poderoso, esta época. E se Filipe Luis está a ter dificuldades para entrar no «onze», o regressado Courtois e os reforços Cesc Fàbregas e Diego Costa vieram melhorar substancialmente a capacidade dos «blues». O «upgrade» indispensável, ainda que o equipamento à disposição já fosse de qualidade inquestionável.
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