Alemanha: em abundância aquilo que nos falta
Observámos o adversário de Portugal desta segunda-feira. São criativos para dar e vender, mas só têm um ponta de lança.
Ponto forte: controlo do jogoSe Portugal é uma equipa mais talhada para o contra-ataque, a Alemanha apresenta enorme qualidade na gestão da posse de bola. A seleção orientada por Joachim Löw consegue controlar a maioria dos jogos, gerindo os ritmos, muito devido à abundância de médios criativos como Özil, Kroos, Schweinsteiger, Götze ou Draxler. O selecionador alemão já explicou, de resto, que foi devido à variedade de soluções deste tipo que optou por trocar o lesionado Marco Reus por um defesa. É a abundância de um perfil de jogador que em Portugal é raro.
Ponto fraco: uma interrogação em forma de 9A convocatória de Löw inclui apenas um ponta de lança, algo que até já motivou algumas críticas. É certo que Miroslav Klose é um jogador de créditos firmados, que até se pode tornar o melhor jogador da história dos Mundiais, mas tem já 36 anos, e esta época marcou apenas oito golos na Lazio. E ser o único ponta de lança da lista até pode significar que Klose será a «arma secreta», optando Löw por um jogador mais móvel, como Müller, Özil ou Götze, soluções já testadas. Seja a «10», a partir de uma ala ou até mesmo como falso «9», é o jogador que agita o jogo, quer através de arrancadas com a bola no pé, quer através de passes de rutura.
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Principal ameaça: Mesut ÖzilA temporada de estreia no Arsenal foi bastante irregular, mas o médio ofensivo foi a grande figura da Alemanha na qualificação. Foi o melhor marcador da equipa, com oito golos, e mesmo tirando os três penaltis apontados ficaria em igualdade com Reus, que falha a prova por lesão. Para além disso Özil foi também o jogador com mais assistências da «Mannschaft»: seis passes para golos.
Onze provável
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NEUER: exímio entre os postes, com aquele estilo alemão que parece tirando do andebol, mostra-se frágil a jogar com os pés, embora seja muitas vezes solicitado para tal.
BOATENG: a titularidade parece garantida, mas resta saber se será como lateral direito ou central. Na qualificação jogou mais no eixo da defesa, mas a vontade de Lahm em jogar no meio-campo e o «factor CR7» podem encostá-lo ao lado direito.
MERTESACKER: forte fisicamente, impõe-se facilmente nos duelos «corpo a corpo», mas é algo lento a reagir ao «drible» ou a reagir a passes para as costas.
HUMMELS: o defesa do Borussia Dortmund aparecerá no «onze» se Boateng for colocado na lateral direita. É um central mais português do que alemão no estilo. Elegante no corte e competente com a bola nos pés, é importante na primeira fase de construção, ainda que por vezes arrisque em demasia no passe.
HÖWEDES: Schmelzer foi o titular na fase de qualificação, mas na ausência deste, devido a problemas físicos, o jogador do Schalke pode saltar para a titularidade frente a Portugal.
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LAHM: talvez a grande dúvida da seleção alemã é o posicionamento do capitão. Influenciado pela mudança que Guardiola introduziu no Bayern, Lahm já assumiu que prefere jogar a meio-campo, e Joachim Löw parece disposto a fazer-lhe a vontade. Isso permitira ter um elemento mais rigoroso taticamente naquela zona do terreno, mas eventualmente sacrificando alguma qualidade técnica.
KHEDIRA: esteve seis meses parado devido a lesão, mas ainda foi a tempo de marcar presença no Mundial, e parece ter lugar reservado no «onze». Pode ser o médio mais defensivo, embora renunciando a «amarras», como pode ter Lahm a seu lado e assim gozar de maior liberdade para aparecer em zonas adiantadas.
KROOS: tanto pode jogar numa posição mais recuada, no «duplo pivot», como assumindo mais o estatuto de organizador de jogo, mais próximo da referência ofensiva. Se Löw retirar Özil desta posição é provável que o médio do Bayern a assuma.
SCHURRLE: com a lesão de Reus deve assumir a titularidade no lado esquerdo do ataque germânico. Não contribui tanto quanto o jogador do Dortmund para a circulação de bola, mas em contrapartida é muito perigoso em transição e quando encara a área em diagonal. Só foi titular duas vezes na qualificação, mas ainda assim marcou quatro golos.
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MÜLLER: fez a qualificação como extremo direito, mas com liberdade para aparecer muitas vezes como segundo avançado, junto a Klose. Neste início de Mundial pode aparecer, contudo, como principal referência ofensiva. É um jogador muito pragmático, muito frio, e consequentemente eficaz.
Outras opções:A principal dúvida na seleção alemã é, como já foi referido, perceber se Joachim Löw conta com Miroslav Klose para opção inicial. O jogador da Lazio foi titular na primeira fase da qualificação e apontou quatro golos, mas nos últimos compromissos não esteve à disposição do selecionador, que foi testando outras soluções. Uma delas até foi Mario Götze, que no entanto pode ser também utilizado como «10», ou até mesmo a partir de uma ala. Lukas Podolski nunca foi titular na qualificação, mas é também uma opção a ter em conta para o decorrer dos jogos, ou para a frente de ataque ou para o lado esquerdo. A tal abundância de médios ofensivos inclui ainda Julian Draxler, a promessa do Schalke, que pode jogar como «playmaker» ou a partir da ala também. Bastian Schweinsteiger fez uma época discreta e chega ao Mundial longe da melhor condição física, mas é um histórico da seleção, e por isso um elemento a ter em conta para o meio-campo.
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Análise detalhada:A Alemanha é uma equipa que se destaca pela facilidade com que assume o controlo do jogo, a gestão do ritmo, com uma posse de bola segura. Mostram-se pacientes na troca de bola, até esperar pelo momento de desferir o golpe no adversário, contando para isso com a influência de um meio-campo ofensivo de enorme talento.
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